A artista plástica Adriana Rocha abre a exposição Maze na galeria Contraponto, no dia 8 de junho.
A exposição será composta por 3 núcleos de pinturas*, um vídeo e 3 Livros de Artista, todos eles gravitando em torno da idéia do labirinto como mapa de trabalho. Labirinto que prevê a percepção através de inferências, o uso da parataxe**, a migração de imagens, o hibridismo dos meios e o que a artista chama de “tangenciamentos”, ou seja, diálogos que acontecem entre visibilidades e/ou conteúdos.
Da mesma forma que resolver o labirinto não significa chegar ao seu fim, mas percorrê-lo todo, na obra isso se traduz pela restituição de seu percurso perceptivo, suas possíveis variantes, sem edições, sem selecionar ou excluir partes que a constituíram, deixando ao observador a tarefa de inferir, através de múltiplas colagens, aquilo que é da sua essência.
O uso de duas práticas distintas, como a pintura e a fotografia impressa, traz para o trabalho um outro desafio. A pintura é um processo lento, feito de apagamentos, propositor da suspensão explícita dos nexos, passível de variadas interpretações. A foto é instantânea, objetiva, congela num átimo de segundo a verdade de algo. Impossível desconsiderar seu caráter testemunhal, mesmo que esse vínculo com o real já tenha há muito desaparecido. Mas quando postas então em confronto, essas duas linguagens, inauguram uma outra qualidade temporal naquele espaço. Uma temporalidade mais relativa aos estados de consciência que a qualquer realidade identificável.
Quando acontece essa “prática mestiça”, essa hibridização de meios, as imagens são absolutamente ressignificadas e passam a mostrar os registros da percepção temporal de uma maneira simultânea. Libera-se então um Tempo que não é mais aquele das imagens, mas sim, um Tempo sem Tempo. O silêncio na pintura. Um convite ao olhar.
Por essa razão, as imagens escolhidas são menos importantes por seu significado original do que por servirem como marcas desse Tempo.
“Muito mais do que o ato de pintar, a mim interessa a manipulação dessas imagens e o que elas me dirão ao final. Lidar com esses vestígios, manipular imagens para que falem desses rastros, dessas pegadas”, revela a artista sobre sua a sua obra.
Estarão em exposição:
*1) Horizonte Único, 6 telas em técnica mista, de 130 X 175 cm cada
2) Still Life, 16 telas em técnica mista, de 80 X 60 cm cada
3) Monocor, 4 telas em técnica mista, de 90 X 90 cm cada
**Parataxe; sequência de imagens justapostas, sem aparente ligação entre as mesmas
www.adrianarocha.art.br
Exposição de Adriana Rocha
Abertura: 8 de junho, às 19h30
Exposição: de 9 a 28 de junho de 2010
Galeria Contraponto
Rua Medeiros de Albuquerque, 55, Vila Madalena Tel: (11) 38 14 37 69
Horário: de segunda a sábadodas 12h às 18h.
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