Livro revela John Lennon - um homem irritante, adorável, cruel, engraçado, talentoso e carente.
Cynthia Lennon é testemunha viva dos acontecimentos que formaram uma das maiores lendas da música. Ela conheceu John Lennon na faculdade de Artes, se casaram em 1962, tiveram um filho (Julian Lennon) e se divorciaram em 1968, logo depois de John ter conhecido Yoko. O relacionamento entre eles, que coincidiu com o começo dos Beatles, estendeu-se pelos dez anos mais importantes do grupo.
Em John, lançamento da editora Larousse do Brasil, Cynthia Lennon, pela primeira vez, não apenas lança uma luz nova e fascinante sobre aquela época lendária, mas também conta a história pessoal, completa e extraordinária de seu casamento com John Lennon até sua morte em 1980. Segundo ela, sua história narra um período em que John estava no seu auge criativo; em que era brilhante, apaixonado, honesto e aberto; em que amava a família e os Beatles. Uma época antes de as drogas e a fama o terem feito destruir tantas coisas que ele antes valorizava.
Desde o assassinato de John em Nova York , em 1980, Cynthia permaneceu em silêncio sobre muito do que se seguiu à tragédia. Na obra, ela conta o seu lado da história, fala com franqueza sobre o lado cruel, assim como a face adorável de John, seu jeito irritante, engraçado e carente e revela que sempre o amou e nunca abandonou o luto pela sua morte.
Em John, Cynthia Lennon fala também da infância difícil de Lennon, que tinha um pai ausente, fala da morte de sua mãe e do período em que viveu com a sua tia Mimi, uma mulher autoritária, rígida e fria. Narra os tempos da faculdade de Artes, quando formou os Quarrymen - mais tarde viriam a ser conhecidos como Silver Beatles e depois The Beatles -, as aventuras em Hamburgo, fala do manager Brian Epstein, que pegou uma banda desorganizada e a transformou numa banda de garotos bem vestidos e "bem comportados", o sucesso dos singles dos Beatles, o preço da fama, as drogas, a viagem à Índia (Rishikesh), o namoro com Yoko Ono, o fim dos Beatles e a sua morte.
Em um momento surpreendente do livro Cynthia releva que John bateu nela depois de tê-la visto dançar com seu companheiro dos primórdios dos Beatles, Stuart Sutcliffe
“No entanto, no dia seguinte na faculdade, me seguiu até o banheiro das garotas no porão. Quando saí, ele estava esperando, com um olhar sombrio no rosto. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ergueu a mão e me deu um tapa no rosto, fazendo minha cabeça bater nos canos da parede atrás de mim. Sem dizer uma palavra, afastou-se, me deixando confusa, trêmula e com a cabeça muito dolorida. Eu fiquei chocada, muito chocada, ao ver que John havia sido fisicamente violento. Podia suportar suas explosões, seu ciúme e sua possessividade, mas violência física já era demais”.
“John” tem prefácio do filho Julian Lennon, que chama de “caminho árduo” o fato de ser filho de John Lennon. Ele conta que amava seu pai, um homem que o decepcionou muitas vezes e que viu poucas vezes.
John
Autora: Cynthia Lennon
Editora: Larousse do Brasil
Pág: 350
Tradução: Estúdio Sabiá
Preço: R$ 49,90