Primeira etapa da mostra, que percorrerá nove estados, será realizada de 12 a 14 de março em Viamão, Grande Porto Alegre, e será aberta pela governadora Yeda Crusius. O Centro Cultural Hiroshima, no bairro da Liberdade, em São Paulo, apresentará, entre 8 a 11 de abril, a curiosa exposição aos paulistanos. O Rio de Janeiro é a última etapa, que ocorrerá de 20 a 23 de maio. Em todos os locais, os visitantes poderão receber bênçãos oferecidas por monges que acompanham a mostra em todo o mundo e por mestres residentes no Brasil como o Lama Padma Samten, criador do Centro de Estudos Budistas Bodsatva, uma das organizações responsáveis pelos eventos, juntamente com o Centro Shiwa Lha do Rio de Janeiro, Centro Buda da Compaixão de Vitória/ES com apoio do Instituto Caminho do Meio de Viamão/RS e Centro de Cultura Tibetana de Florianópolis/SC.
De 12 de março a 23 de maio, brasileiros de nove estados do País – Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Paraíba - terão a rara oportunidade de ver de perto os restos mortais de Sidarta Gautama, o Buda, encontrados 2.500 anos atrás. Eles estão na exposição itinerante “As Relíquias do Buda”, que já passou por 150 países e apresenta os cristais sagrados recolhidos na cremação do Buda Histórico e de outros mestres. As “relíquias” são transferidas de geração em geração pelos mestres em diversas localidades do mundo onde se pratica o Budismo e, graças a esta tradição, chegaram até nossos dias.
Segundo os organizadores da mostra, as relíquias não são peças inanimadas como vestuários, ossos ou fragmentos de dentes, mas sim cristais, que lembram pérolas e surgem entre as cinzas. Denominadas pelos tibetanos como “ringsel”, guardariam a essência das qualidades do mestre espiritual. Para eles, a pureza destes religiosos na forma de relíquias seria a evidência de que alcançaram qualidades de compaixão e sabedoria antes da morte.
Após a mostra itinerante, as 1.000 relíquias do Buda e outros mestres serão guardadas em definitivo em um relicário no coração da estátua gigante de 152 metros em construção na Índia e que integra o Projeto Maitreia - empreendimento sócio-cultural e religioso erguido em Kushinagar. Com inauguração prevista para este ano, reunirá museu, biblioteca, teatro, templos, salas de exposição, serviços de hospitalidade, lindas fontes de água e pavilhões de meditação, visando a difundir o budismo e preservar a cultura tibetana, por meio de documentos, relíquias e ensinamentos sagrados doados, trazidos do Tibete invadido e de outros locais do mundo. Além disso, terá escolas e um hospital universitário para atender a população carente do seu entorno. Quinhentos alunos já estão recebendo educação gratuita na escola Projeto de Educação Universal Maitreia, em Bodhigaia, que faz parte do empreendimento liderado na California pelo mestre tibetano Lama Zopa Rinpoche, com apoio do Dalai Lama e de personalidades internacionais como Richard Gere.
“É importante lembrar que, segundo Lama Zopa, o Projeto Maitreia tem o objetivo de criar paz e harmonia em todo o mundo e esta exposição visa a promover estes valores por onde passa“, observa Denise Barranco, uma das coordenadoras da exposição em São Paulo. Aluna do Lama Padma Samten, criador do Centro de Estudos Budistas Bodisatva, que integra o grupo organizador da etapa brasileira da exposição itinerante, Denise lembra o mestre ao acrescentar que ”a visita à mostra, de acordo com o Lama, é uma oportunidade maravilhosa, muito auspiciosa, pois proporciona aos visitantes conexão com a paisagem de cultura de paz e amorosidade e pode trazer méritos e benefícios espirituais a todos, adeptos ou não do budismo“.
Etapa Brasileira
A etapa brasileira da exposição “Relíquias do Buda“, que neste ano percorre as Américas, Europa, Ásia, Austrália e Nova Zelândia, começa no Rio Grande do Sul, em Viamão, sede no Instituto Caminho do Meio, centro de retiros espirituais e de meditação onde reside o Lama Padma Samten entre os dias 12 e 14 de março. A governadora Yeda Crusius confirmou presença no evento de abertura, que ocorrerá no templo erguido ali. A mostra segue para Florianópolis (19 a 21 de março), passa por Curitiba (26 a 28 de março), São Paulo (8 a 11 de abril), Vitória (16 a 18 de abril), Salvador (23 a 25 de abril), Recife (7 a 9 de maio), João Pessoa (14 a 16 de maio), encerrando-se no Rio de Janeiro (20 a 23 de maio). A entrada é franca e aceitam-se doações encaminhadas para as obras sociais, culturais e religiosas do Projeto Maitreia.
Relíquias oferecidas pelo Dalai Lama
A extraordinária coleção contém numerosas relíquias do próprio Buda Sakiamuni, que antes foi o Príncipe Sidarta, e de seus discípulos: Maudgalyayana, Ananda e Sariputra. Os “cristais” do Buda Kasyapa, que precedeu Sakiamuni, e de vários outros santos e mestres espirituais das tradições chinesa, indiana e tibetana também fazem parte da exposição.
As relíquias do Buda Sakiamuni foram oferecidas por Sua Santidade, o Dalai Lama, ao Lama Zopa Rinpoche. Muitos outros mestres uniram-se ao projeto e ofereceram “cristais” a serem colocadas no coração do Buda Maitréia, que os adeptos acreditam será o próximo.
Segundo os organizadores, inúmeras pessoas têm se conectado diretamente à poderosa energia de amor que emana das relíquias. Budistas e não-budistas relatam que se sentem inspirados, curados e em paz, simplesmente por estar em sua presença. Cada visitante acessa o aspecto divino em si.
Pode ser a última oportunidade no Brasil de ver os “cristais”, lembrando que depois serão guardados no coração de Maitréia.