Choque Cultural mostra trabalhos inéditos de Carlos Dias, Daniel Melim, Jaca, Rafael Silveira, Speto, Stephan Doitschinoff e Tec, bem como instalações de Znort e Coletivo BijaRi
No dia 02 de abril, às 19h, a Choque Cultural abre sua primeira exposição coletiva do ano, a Coletiva Choque 2013. Nesta mostra, os artistas da nova fase da galeria, Speto, Stephan Doitschinoff, Daniel Melim, Carlos Dias, Rafael Silveira, Jaca e Tec apresentam algumas obras inéditas. Já o artista Znort e o Coletivo BijaRi desenvolvem instalações especiais. A exposição fica em cartaz até 11 de maio.
"2 verdades", por Stephan Doitschinoff
“A Coletiva pretende mostrar a diversidade de linguagens das quais se ocupam seus artistas e como se dão as pesquisas por eles administradas. Do espaço público para o atelier, da fotografia para a escultura, do desenho para a instalação, do mural para a tela, do vídeo para a performance. A hibridação de suportes e o experimentalismo são a tônica da mostra”, explica Baixo Ribeiro, curador e sócio-fundador da Choque Cultural.
O público deve conferir pinturas inéditas dos artistas Daniel Melim, Jaca, Rafael Silveira, Speto, Stephan Doitschinoff, do argentino Tec e Carlos Dias, que esteve com uma exposição individual no Paço das Artes recentemente. Já o artista Znort exibe um grupo de esculturas antropomórficas, instalações de parede e uma nova série de desenhos bordados em feltro, além de uma grande escultura em bronze e madeira. O Coletivo BijaRi apresenta esculturas com iluminação programada e também uma foto-lenticular (onde se vê imagens diferentes dependendo do ângulo em que se olha).
Ainda para a semana de abertura da exposição, paralelo à SP-Arte, no dia 04 de abril, quinta-feira, às 18h, O Coletivo BijaRi convida o público para participar de uma obra-imersão, um “passeio” pelos becos da Vila Madalena, num percurso criado pelos próprios artistas do coletivo, onde serão vistas a nova série de obras-verdes (instalações compostas de objetos e plantas, como o carro-verde que estará exposto no espaço público no final do circuito). A obra chama atenção para o rio que corre escondido por baixo das ruas percorridas e desvenda problemas recorrentes da urbanização da cidade.
"Los lenguas negras", por TEC BijaRi
Formado em 1996, por arquitetos e artistas, é um centro de criação de artes visuais e multimídia. Desenvolvendo projetos em diversos suportes e tecnologias, o grupo atua entre os meios analógicos e digitais propondo experimentações artísticas, sobretudo de caráter político. Intervenções urbanas, performances, instalações, video-arte, design e arquitetura tornam-se meios para estabelecer possibilidades de vivências onde a crítica é o ponto focal. O coletivo é considerado hoje um dos principais produtores de vídeo mapping no Brasil, pesquisando diferentes aplicações para a técnica de vídeo com mapeamento, além de ter sido eleito pela revista Time Out (Londres) um dos cinco melhores grupos de VJ’s do mundo. Mais informações: www.bijari.com.br
Carlos Dias
Nasceu em Porto Alegre, em 1973. Seu pai era musico e desenhava. Carlos o acompanhava quando fazia os cartazes de sua banda e os colava pela cidade. Aos 12 anos já escrevia o seu nome nas ruas em Porto Alegre e desenhava logos de bandas que gostava. Sempre teve um impulso de desenhar e escrever em qualquer lugar. Em 1988 se mudou para So Paulo. Por volta de 1992 começou a trabalhar na MTV, onde desenvolveu animações, vinhetas e chamadas. Continuou desenhando. Também começou a fazer cartazes de shows de bandas dele mesmo e de outros, capinhas de fita K7, CD’s, zines, além de estampas para camisetas. Em 1995 saiu da MTV e foi trabalhar em uma produtora que organizou diversos shows como Fugazi, Superchunk, entre outros. Ao final dos anos 90 começou a fazer adesivos e pôsteres com desenhos de sua autoria e os distribuía e colava aleatoriamente. Nessa mesma época começou a pintar em telas e suportes de madeira e fez sua primeira exposição em uma casa noturna, com curadoria de Carlos Issa. Paralelamente tocou nas bandas Megaforce, Tube Screamers, Againe, Diluentes, Polara e Caxabaxa, além de compor músicas para outras bandas. Foi concentrando seu trabalho na pintura e desenho, então realizou pequenas exposições até começar a trabalhar com a galeria Choque Cultural em 2005. Desde então, Carlos desenvolve seu trabalho de diversas maneiras como desenhos, pinturas em murais, vídeos, musica, instalações com objetos, e pintura em tela. Atualmente mora em Florianópolis, e se dedica em tempo integral a pintura. Seus trabalhos já foram expostos em diversas galerias no exterior e no prestigioso Museu de Arte de Sao Paulo, Masp. Mais informações: carlosdiasaoseualcance.tumblr.com
Daniel Melim
Daniel Melim nasceu em São Bernardo do Campo, em 1979. Aprendeu a pintar, fazendo graffiti, mas depois estudou artes e pós graduou-se em Linguagens Visuais pela Faculdade Santa Marcelina. Começou a trabalhar com a Choque Cultural em 2005. Também participou de exposições no Memorial da América Latina (2006), Museu Afro Brasil (2006), Bienal de Valência (2007), Cans Festival, promovido pelo artista Banksy, em Londres (2008), e da exposição De dentro para fora/ De fora para dentro, que levou cerca de 140 mil pessoas ao MASP entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010. É responsável também por um grande mural em frente à Pinacoteca de São Paulo.
Daniel Melim desenvolve voluntariamente o Projeto Limpão, um site specific em proporção gigantesca, em São Bernardo do Campo. Trata-se da ocupação de todo um morro, com pinturas nas fachadas das casas, nos corredores e praças do local. As casas do bairro são construídas pelos próprios moradores, num típico exemplo da arquitetura urbana paulista, sem pertencer a um projeto urbanístico coerente. Esse trabalho de fôlego não tem data pra acabar: ele vai sendo construído aos poucos, em parceria com ‘o pessoal da capoeira’, nos fins de semana, com a anuência e admiração da comunidade.
Jaca
Paulo Carvalho nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1957. Vive e trabalha em São Paulo. Começou a carreira ilustrando para jornais e revistas, e já nos anos 80 tornou-se uma referência internacional no cenário dos quadrinhos e ilustração. Começou a trabalhar com a Choque Cultural em 2006 e desde então, tem expandido o seu trabalho artístico para além da pesquisa gráfica. Incorporando elementos do seu antigo metiê, o artista desenvolve novas linguagens, como livros-objeto, colagens e assemblages. Jaca é um criador de mundos com imaginário e narrativas próprias, da intensidade semelhante a Bosch e Murakami. Nas pinturas de grandes dimensões o artista tem sintetizado o seu pensamento visceral, em trabalhos extremamente elaborados, o que mantém o artista por meses trabalhando uma única tela.
Rafael Silveira
Rafael Silveira é paranaense e atualmente mora em Curitiba. Seu processo criativo é desenvolvido sobre uma constante pesquisa de imagens aliada à imaginação do artista. Um de seus diferenciais é a escultura das molduras, que complementam os quadros com tipologias e ornamentos entalhados. Silveira começou no final dos anos 80, ainda criança, e já apresentou quadrinhos em fanzines e revistas independentes de todo o Brasil, chegando a publicar um HQ pela editora americana Dark Horse. Desde 2004 faz pintura a óleo figurativa. Suas pinturas já passaram por galerias dos principais centros brasileiros e também nos EUA.
Seu trabalho é marcado também pelo surrealismo – ele costuma deformar as perspectivas, mudar cores e formas – e os comix das décadas de 50 e 60. É possível enxergar uma conexão com o rock, o jazz, pinups e anúncios publicitários antigos. No final de 2007, um livro compilando o melhor de seus trabalhos foi lançado pela editora Arte e Letra: “Mulheres, Chapéus Voadores e Outras Coisas Legais”. Em 2008 assinou a série de pinturas que ilustra o álbum do grupo Skank, “Estandarte”, e lançou o seu segundo livro: “Pop Surreal”, também pela Arte e Letra. Em 2012, participou da coletiva The Blab Show 2012 na Califórnia que foi um preview da edição de 2013 da conceituadíssima publicação anual Blab World. Além disso, foi convidado para expor cartazes de shows de rock em uma coletiva no museu de Arte Moderna do Recife. Mais informações: www.rafaelsilveira.com
Speto
Nascido em 1971, em São Paulo, começou a grafitar na década de 80 e é considerado hoje um dos maiores artistas da street art brasileira. Desde o início do seu trabalho com arte, Speto já colecionava referências urbanas, observadas durante seus anos de trabalho direto com marcas de skate. Seu trabalho começou a aparecer em diferentes nichos, era possível ver o graffiti criando força em capas de CDs (O Rappa, Nação Zumbi, Raimundos, Planet Hemp e Marcelo D2), cenografia, fanzines, videoclipes e nas próprias ruas de Sao Paulo.
Speto foi pioneiro, fez o casamento das culturas do Cordel com o Hip Hop. Desenhou em cidades, como Paris, Berlim, Nova York, Moscou e Londres. Além disso, vale destacar as exposições que assinou: em Berlim, no Mundial de Futebol de 2006 - Copa da Cultura; no Museu AfroBrasil em 2008 - Território Ocupado; em NY, na Jonathan Levine Gallery - Ruas de São Paulo; na Choque Cultural - Individual e, por fim, a exposição realizada na Inglaterra, em 2007, na Ocontemporary - Cor da Rua. Mais informações: www.speto.com.br
Stephan Doitschinoff
Natural de São Paulo, pertence a uma nova geração de artistas brasileiros que têm merecido um especial interesse e atenção dentro do panorama da arte contemporânea internacional. O seu currículo inclui mostras em espaços de grande relevância como o Museu de Arte de São Paulo (MASP) ou o Museu de Arte Contemporânea de San Diego (MCASD), resultado da crescente visibilidade e prestigio que o seu trabalho tem vindo a adquirir junto da mídia, críticos e públicos nacionais e internacionais.
Hoje a obra de Stephan Doitschinoff desdobra-se em diferentes vertentes que vão desde a intervenção em arte pública, instalações em contexto museológico, pintura, vídeo e performance. Em todas estas abordagens é perceptível uma unicidade na sua estética, nos seus conteúdos, no corpo de investigação e a sua relação de profundo interesse e conhecimento relativamente a um amplo número de códigos sincréticos.
Artista revelação 2009 pela Associação Paulista de Críticos de Arte, Stephan Doitschinoff apresenta no seu trabalho uma linguagem densamente referencial e codificada. Envolvido numa roupagem recheada de elementos iconológicos religiosos e folclóricos, pode-se vislumbrar a inclusão de elementos pertencentes à outra dimensão política e filosófica que é inerente ao seu discurso crítico emancipatório. Os seus templos são espaços para a reflexão do “novo homem” e do seu lugar dentro num mundo povoado por velhas hegemonias. Mais do que referências religiosas, a pintura e as demais vertentes da obra de Stephan Doitschinoff ilustram narrativas de denúncia, renúncia e afirmação. Mais informações: doitschinoff.com
Tec
O artista argentino é responsável pelas últimas intervenções feitas nas ruas da Pompéia, em São Paulo, como “Ratão” e “Lagartixa”. Nascido em Córdoba, Argentina, foi influenciado pela cultura urbana, grafitti, viagens e bandas de rock. Também estudou desenho gráfico na Universidad de Buenos Aires e complementou seus estudos com fotografia, serigrafia, animação e vídeo, além de juntar-se ao coletivo FASE (www.mundofase.com). Tec tem como base de seu trabalho o desenho, mas após a crise econômica de 2001, na Argentina, passa a trabalhar com muralismo de rua. Foi um dos artistas da exposição coletiva De Dentro e De Fora, realizada no MASP, que trouxe artistas internacionais ao Brasil.
Znort
Guilherme Neumann nasceu em Ubatuba, 1984. Bacharel em Artes Visuais pela faculdade de Belas Artes de São Paulo. Desenvolve sua pesquisa especialmente no campo da escultura e do desenho. Znort constrói seu universo com um pé na delicadeza e outro no bizarro. O imaginário onírico do artista é apresentado por meio de personagens e paisagens surreais. Na sua permanente pesquisa, o artista transita entre o bi e o tri dimensional, levando o desenho a transcender as superfícies planas enquanto o seu pensamento escultórico traça linhas que cortam, dividem e decompõem espaços físicos e subjetivos. Mais informações: zznort.tumblr.com
Sobre a Choque Cultural
A Galeria Choque Cultural foi fundada pelos arquitetos Mariana Martins e Baixo Ribeiro e pelo historiador Eduardo Saretta, abrindo as portas para o público em 02 de novembro de 2004. Em poucos anos de atuação no mercado, tornou-se referência na investigação de novas linguagens e hibridações no campo da arte contemporânea apresentando jovens artistas ao lado de nomes já consagrados e internacionais, investindo em intercâmbios, residências, exposições, colaborações, imersões, projetos institucionais e de arte pública.
Seu programa promove a pesquisa, a experimentação e o diálogo, através do contato direto com públicos diversos, de uma intensa produção editorial e de importantes parcerias institucionais. Uma história de relevância conceitual e forte empatia com novos públicos embasou a seleção do corpo de artistas representados pela galeria atualmente.
Coletiva Choque Cultural 2013
Artistas: Carlos Dias, BijaRi, Daniel Melim, Jaca, Rafael Silveira, Speto, Stephan Doitschinoff, Tec e Znort
Abertura: 02 de abril, às 19h
Período expositivo: 03 de abril a 11 de maio
Rua Medeiros de Albuquerque, 250, Vila Madalena, São Paulo
Telefone: (11) 2678-6600
www.choquecultural.com.br
galeria@choquecultural.com.br
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