Os Vivos e os Mortos
Espetáculo leva aos palcos uma viagem pela Terra de Gandhi
Com uma atmosfera de contos orientais, o espetáculo Os Vivos e os Mortos, escrito por Kiko Marques a partir do conto homônimo do indiano Rabindranath Tagore, reestreia dia 05 de abril de 2013, às 20h30 no Viga Espaço Cênico (Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros, São Paulo, SP). A peça traz para o palco a premiada atriz Flávia Pucci (foto) no papel da mulher que mesmo morta, pensa estar viva. Em cena, ao vivo, Andrea Prior canta e dança acompanhada de vários instrumentos musicais indianos, ao lado do elenco composto por Kiko Marques, Inês Aranha, Ruy Andrade, Luiz Eduardo Frin, Tieza Tissi, Thiago Carvalho, Mateus Menezes e Flávio Quental.
Os diferentes espaços físicos da narrativa são construídos e desfeitos pelos próprios atores diante do público, auxiliados pela trilha além do espetáculo trazer aos palcos a cantora indiana Ratnabali, formada na Universidade Tagore, que canta e toca ao vivo, conduzindo a plateia a uma viagem cultural e de costumes ao país de Gandhi.
Sinopse
A peça ambientada na Índia da década de 40, conta a história de Kadambini uma mulher sem marido ou filhos, que se sente muito mal ao receber uma triste notícia e é dada como morta. Após os rituais é carregada até o campo de cremação. Entre os carregadores está Scripati, homem simples e de coração puro, que crê firmemente na possibilidade dos mortos retornarem ao mundo dos vivos. Pouco antes de ser cremada, Kadambini acorda. Ela passa então a viver como se de fato não pertencesse mais a este mundo, tentando encontrar um sentido para ainda estar entre os vivos.
Sobre Rabindranath Tagore
Nascido numa família abastada, teve uma educação tradicional. Estudou direito na Inglaterra entre 1878 e 1880. Retornou à Índia e passou a administrar as propriedades rurais da família. Cedo manifestou sua vocação poética. Seus primeiros versos foram reunidos nos livros "Canções da Noite" e "Canções da manhã". Escrevendo em língua bengali, Tagore experimentou depois quase todos os gêneros literários. Publicou poemas, contos, romances e ensaios. Seus versos têm um tom de cativante humanidade e atraem pela mensagem universal. Em 1901, Tagore fundou uma escola de filosofia em Santiniketan. Escreveu poemas místicos entre 1902 e 1907, tocado pela morte da esposa e de dois de seus filhos. Alguns desses poemas estão coligidos em sua obra mais conhecida, "Oferenda Lírica", publicado em 1910. A repercussão internacional dessa obra lhe valeu a indicação para o Prêmio Nobel de Literatura, recebido em 1913. Dois anos depois, recebeu o título de cavaleiro britânico. Rabindranath Tagore tornou-se um escritor de prestígio e passou a receber convites para palestras e encontros em diversos países. Em 1919, renunciou ao título de Sir, em protesto à política inglesa em relação à Índia. A partir de 1921, Tagore passou a divulgar o ensino da Universidade Internacional de Visva-Bharati, que ajudou a fundar. A atuação pública de Tagore foi um fator grande da aproximação entre a cultura ocidental e a oriental. Tagore chegou a ser aclamado por Mahatma Gandhi como "o grande mestre". Rabindranath Tagore faleceu em Bengala, aos 80 anos.
O autor e ator Kiko Marques
Kiko Marques é ator formado em 1988 no Rio de Janeiro, trabalhou em importantes produções cariocas, sob direção de Moacyr Góes e Moacyr Chaves até se transferir para São Paulo para trabalhar com Antunes Filho. Sob a direção de Marco Antônio Braz, atuou em inúmeras peças teatrais, quase todas de Nelson Rodrigues, recebendo diversos prêmios. Recentemente atuou em “Ricardo III” com direção de Jô Soares, “Simpatia” de Renata Melo e José Rubens Siqueira. No cinema atuou em "Cidade de Deus" e "Carandiru", além de várias participações em programas e novelas de televisão. Recentemente esteve em cartaz com a peça “A Alma Boa de Setsuan” ao lado de Denise Fraga.
O diretor Francisco Gomes
Francisco Gomes: Santista começou no teatro como ator trabalhando em peças como BAILEI NA CURVA com direção de Eliel Ferreira e OS MOCORONGOS, texto e direção de Leo Lama. Trabalhou também como iluminador, até chegar à direção de inúmeras peças, entre elas MONALIZA, com Texto de Guilherme, ROBERTO ZUCO de Bernard Marie Koltés, e NUM BOSQUE, adaptação própria do texto homônimo de Akutagawa.
Elenco
Flavia Pucci é atriz e diretora, que no início dos anos 80 entrou para o CPT de Antunes Filho e logo foi para ao Grupo Macunaíma dirigido pelo mesmo, onde se tornaria ao longo dos anos uma das principais atrizes. No teatro atuou em "Macunaíma", "Nelson Rodrigues, "Paraíso Zona Norte", todos dirigidos por Antunes Filho. Ainda participou de "Mary Stuart, de Gabriel Vilela, "Boca de Ouro", Perdoa-me Por me traíres” e “A perdida” de Marco Antônio Braz, “Um Bonde Chamado Desejo de Kiko Jaess, “Quebrando Códigos” direção de Roberto Vignati, “Antes do dia Chegar” de Maurício Paroni de Castro, entre inúmeras outras peças”. Entre seus trabalhos em cinema destaque para "Cronicamente Inviável" (2000), filme de Sérgio Bianchi. Também fez várias participações em televisão como nas novelas “Meu Pé de Laranja Lim” a (1998), “Marcas da Paixão” (2000), “Amor e Ódio” (2001), “Páginas da Vida” (2006) , “Amigas e Rivais” (2007/2008), entre outras.
Ratnabali nasceu na Índia numa família tradicional de Calcutá. Formou-se em canto clássico indiano pela Prayah Sangeet Samiti de Ilhabad obtendo o grau de Sangeet Prabhakar aos 16 anos de idade. Mais tarde estudou vários gêneros de canto, como Rabindra Sangeet, Bhajan, cantos folclóricos e clássicos na "Rabindra Bharati University" da Calcutá. Depois se tornou discípula do famoso músico Pandit Prasun Kumar Banerjee da Patiala Gharana do Ustad Bade Gulam Ali Khan. Seu currículo também inclui bacharelado e mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco.
Andrea Prior é dançarina, professora, atriz e diretora, iniciou cedo seus estudos em música e ballet clássico, até ingressar no universo da dança indiana devocional (Prabath Sangeeth) em 1991, com Jutilde Medeiros. Em 1993, começa seus estudos da dança clássica indiana Odissi, em São Paulo, com Sonia Galvão. Paralelamente à atividade de dança, atua como diretora e atriz em espetáculos voltados ao universo oriental, participando da Cia. Daisy Nery, Cia. Teatro X e Grupo Guardiões do Sonho. Na vertente oriental, adapta e dirige o épico "Ramayana" (2001) para o público infantil, que teve sua estreia no Centro Cultural São Paulo, e a peça "Histórias de lá do lado de cá", em celebração ao centenário da imigração japonesa, com a Cia. Os Tios de Teatro. É fundadora, coordenadora e professora de danças clássicas indianas do Espaço Rasa, centro para a pesquisa, divulgação, desenvolvimento e aprofundamento de danças.
Ruy Andrade iniciou no teatro sob direção de Francisco Gomes com a peça “O Retorno ao Deserto”, de B.M. Koltes. Atuou em várias peças com o grupo “Garagem 21”, entre elas, “O Diálogo Inútil do Abismo com a Queda” direção de César Ribeiro e mais recentemente participou de várias montagens do grupo “Os Satyros” sob direção de Rodolfo Garcia Marques. Na TV atuou na minissérie “Além do Horizonte” exibida pela Rede Cultura.
Ficha Técnica
Texto: Kiko Marques (com a colaboração de Maucir Campanholi, inspirado em conto de Tagore) Direção: Francisco Gomes Elenco: Flávia Pucci, Kiko Marques, Inês Aranha, Andrea Prior, Ruy Andrade, Luiz Eduardo Frin, Tieza Tissi, Thiago Carvalho, Mateus Menezes e Flávio Quental Figurino: Cristina Jimenes e Ivana Scotelari Músicos: Ratnabali e Loudes Carvalho Direção Musical: Ratnabali Cenografia: Francisco Gomes Iluminação: Diego Leite
Serviço
Temporada de 05 de abril a 2 de Junho de 2013
Sextas às 21h30, sábados às 21h e domingos às 19h
Viga Espaço Cênico Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros, São Paulo, SP
Capacidade: 74 lugares
Ingressos: R$30,00 (inteira)/ R$15,00 (meia entrada)
Duração: 80min
Recomendação: 12 anos
Informações: (11) 3801-1843/ www.viga.art.br