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26 de janeiro de 2011

Exposições do brasileiro Rafael Silveira e do americano Adam Wallacavage abrem o calendário da Choque Cultural em 2011



Mescla de pop e barroco em duas individuais a partir de 29 de janeiro. Rafael Silveira apresenta “Curiosa Symphonia Para Orquestras de Cores e Formas" e Adam

Wallacavage realiza a mostra “Coração Frio da Princesa”

Com abertura em 29 de janeiro, a Choque Cultural apresenta duas exposições. Uma delas, apresenta o novo trabalho de Rafael Silveira, que tem se destacado no cenário contemporâneo nacional: “Curiosa Symphonia Para Orquestras de Cores e Formas” mostra 12 obras a óleo. O americano Adam Wallacavage também apresenta novidades na exposição “Coração Frio da Princesa”.

Segundo o galerista Baixo Ribeiro, há uma conexão entre os dois artistas, por isso reuni-los em individuais na mesma galeria: “Os dois artistas têm um pé no pop e outro no barroco. O trabalho de escultura que está presente nas molduras de Rafael Silveira dialoga com as esculturas de Adam Wallacavage, por exemplo. Eles representam uma volta do trabalho rebuscado e escultural, só que agora com uma visão e linguagem jovem e atualizada”.

Coração Frio da Princesa, de Adam Wallacavage www.adamwallacavage.com
Esta é a segunda exposição de Adam Wallacavage na Choque Cultural (participou da coletiva Americana em 2009, ao lado de Tara McPherson, Jim Houser e Doze Green). O artista mostra, na maioria de seus trabalhos, a forte influência que o oceano e as velhas igrejas exercem sobre ele. Em Coração Frio da Princesa, Adam deve mostrar 10 obras aproximadamente.

Adam tem 41 anos e é um artista surpreendente, importante representante do chamado Pop Surrealismo norte-americano. Adam é escultor e fotógrafo e já expôs em museus, como Institute of Contemporary Art in Philadelphia, The Yerba Buena Center for the Arts in San Francisco, The Laguna Beach Museum of Art, na Califórnia, Portsmouth Museum of Art em New Hampshire, e The Bristol City Museum of Art (que Adam destaca por ter apresentado seus trabalhos ao lado de diversos artistas sob curadoria de Richard Scarry). Adam Wallacavage também participa há quatro anos da Art Basel, uma das maiores feiras de arte do mercado.

A maioria de seus famosos "lustres" é feita de um tipo de gesso sintético chamado drystone, recoberto de pó iridescente e resinado para serem usados como lustres elétricos. Geralmente, levam de uma semana a um mês para ficarem prontos. Animado por vir ao Brasil novamente, Adam preparou novos candelabros em forma de polvo: “adoro trabalhar com lustres e com as formas do polvo, principalmente. Também tenho intenção de fazer alguns painéis nas paredes e desenvolver algumas peças além dos candelabros já em solo brasileiro”, adianta o artista.

Em suas obras, ele fala sobre a beleza romântica do amor, inspirado pela natureza. “Me inspiro vendo as igrejas antigas da Filadélfia desmanteladas e o trabalho de velhos artesãos destruído. Justamente por ser fotógrafo, busquei uma casa selvagem na Filadélfia repleto de detalhes clássicos para criar um cenário divertido, fantástico e vitoriano, perfeito para fotos. Esse é o principal motivo que me levou a criar lustres e candelabros. Busco incrementar minhas habilidades com a ideia de que a decoração é uma ótima maneira de expressar devoção, alegria, medo e beleza. Vou juntando, em meu ateliê, peças e partes de antiguidades e coisas curiosas que encontro para observá-las atuando em conjunto na obra”, conta o artista sobre suas inspirações e processo criativo.

Curiosa Symphonia Para Orquestras de Cores e Formas, de Rafael Silveira www.rafaelsilveira.com
Rafael Silveira é um paranaense de 32 anos e mora em Curitiba há 23. O nome de sua mostra saiu do livro “Classical Oil Painting”, mais especificamente de um capítulo que fala sobre a ligação entre cores e harmonia musical, elementos importantes em sua produção – Rafael é trompetista, arrisca nos vocais e já teve uma banda chamada Los Diaños. Essa é a segunda exposição individual de Silveira na galeria paulistana e revela uma evolução e certa complexidade em seu processo criativo que é desenvolvido sobre uma constante pesquisa de imagens aliada à imaginação do artista que, na maioria dos casos, completa a obra. Um de seus diferenciais é a escultura das molduras, que complementam os quadros com tipologias e ornamentos entalhados.

Rafael Silveira conta que sua obra, que reúne um pouco do rococó e dos quadrinhos, é uma busca pelo equilíbrio. “Tento equilibrar elementos como beleza, uma dose de humor; crio um ambiente atemporal. A vida é assim; drama, comédia, calma e fúria. Procuro somar, pegar o que encontro de melhor em cada período, em cada movimento artístico, e dessa mistura criar minha própria linguagem. E eu nunca me contentei em demarcar um território, a não ser que ele fosse exuberante, exótico e profundo como um distúrbio mental”, completa Silveira que cita gibis da Fantagraphics, velhos livros de anatomia, Basil Wolvertoon e Robert Crumb como referência.

Seu trabalho é marcado também pelo surrealismo – ele costuma deformar as perspectivas, mudar cores e formas – e os comix das décadas de 50 e 60. “Há ainda uma certa elegância e inocência nessas imagens”. É possível enxergar uma conexão com o rock, o jazz, pinups e anúncios publicitários antigos.

Silveira começou no final dos anos 80, ainda criança, e já apresentou quadrinhos em fanzines e revistas independentes de todo o Brasil, chegando a publicar um HQ pela editora americana Dark Horse. Desde 2004 faz pintura a óleo figurativa. Suas pinturas já passaram por galerias dos principais centros brasileiros e também nos EUA. No final de 2007, um livro compilando o melhor de seus trabalhos foi lançado pela editora Arte e Letra: “Mulheres, Chapéus Voadores e Outras Coisas Legais”. Em 2008 assinou a série de pinturas que ilustra o álbum do grupo Skank, Estandarte, e lançou o seu segundo livro: “Pop Surreal”, também pela Arte e Letra. Em 2009, participou da SP-Arte pela primeira vez.


“Curiosa Symphonia Para Orquestras de Cores e Formas", de Rafael Silveira
“Coração Frio da Princesa”, de Adam Wallacavage

Choque Cultural
Abertura: 29 de janeiro de 2011
De 1 de fevereiro a 12 de março de 2011
Rua João Moura, 997 e 1001, Pinheiros, São Paulo
Telefone: (11) 3061-4051
galeria@choquecultural.com.br
Terça-feira a sábado, das 12h às 19h
Grátis
Livre

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