Iniciativa recebe elogios de nomes do samba como Leci Brandão e Gaviões da Fiel
A música está presente em diversas situações da vida humana, sendo uma das formas de linguagem que mais expressam sentimentos, sensações e pensamentos. Quando a música é levada a pacientes com deficiência intelectual gera resultados importantes como estimulação psicomotora, qualidade de vida, autoestima e recreação. Pensando nos benefícios que a música proporciona, dois voluntários da instituição Casa de David criaram um desafio: montar uma bateria de escola de samba formada exclusivamente por pacientes com deficiência intelectual e com deficiência física associada.
Roberto Atihé, empresário do ensino de idiomas e de shows e André Rodriguez, dentista, ambos amantes e atuantes no carnaval de São Paulo, buscaram com amigos do samba doações de instrumentos usados e começaram a ensinar um grupo pequeno de pacientes. No mesmo dia o grupo aumentou e decidiram dividi-los de acordo com as habilidades em 2 grupos: Recreação Sambística para os pacientes mais comprometidos e Bateria Superação para os que apresentaram maior habilidade rítmica.
Convidado por Roberto, o Músico e Diretor de Bateria Raphael Moreira assumiu o comando do segundo grupo e em apenas 10 aulas os pacientes da Bateria Superação foram convidados para diversas apresentações, dentre elas um Festival de Dança e uma feira internacional de terceiro setor, a OngBrasil. Nesta ultima estavam presentes representantes da escola de samba Gaviões da Fiel que ficaram impressionados. Outro nome do mundo do samba que conheceu o projeto foi a cantora Leci Brandão e também ficou impressionada e fez questão de cantar junto com os assistidos.
Dra Cleize Bellotto, coordenadora da Casa de David, afirma que o projeto já é um sucesso pois, os assistidos apresentam melhoras consideráveis em aspectos da saúde mental, corporal e social: “ Apesar de todas as dificuldades, eles conseguem se superar a cada dia. O projeto melhorou a concentração, o espírito de equipe e até mesmo diminuiu surtos e estereotipias. A assistida Angélica, por exemplo, que continuamente tinha surtos e depressão, teve a autoestima elevada, passou a se relacionar melhor com os colegas e raramente tem surtos.”
Roberto ressalta que a grande mudança, na verdade, ocorre em quem assiste “em todas as apresentações vimos que o que essa turma consegue extrair de sorrisos e emoção, me faz ter a certeza de que estamos no caminho certo”. Ele também diz que o desafio hoje é captar patrocinadores para melhorar os instrumentos e o figurino e assim realizarem mais apresentações incluindo mais assistidos. Já a assistida Fabiana de Souza sonha alto “quero uma escola de samba toda da Casa de David para tocar lá no Sambodromo. Todo mundo vai saber que a gente também consegue fazer samba.”
As aulas do projeto acontecem todos os sábados, na instituição que fica localizada na Rodovia Fernão Dias, km 82 São Paulo/SP. Para mais informações acesse www.casadedavid.org.br ou ligue 2453-6600.