Biografia vai desde a ida dos pais de Bergóglio da Itália à Argentina até a sua posse como bispo de Roma
Ao escolher Francisco como nome, dispensar a opulência das vestimentas papais e ir, pessoalmente, pagar as despesas da sua hospedagem durante o conclave, o papa que substituiu Bento XVI não deixou dúvidas da simplicidade que gostaria de imprimir em seu pontificado. Mas como o cardeal argentino chegou lá? Qual foi sua trajetória antes de se tornar papa? O que esperar dele? As respostas para todas essas perguntas e para tantas outras estão no livro Francisco – a vida e as ideias do papa latino-americano (Planeta, 160 pp., R$ 29,90), do vaticanista Andrea Tornielli.
Tornielli remonta o quebra-cabeça da vida do papa Francisco. Por meio de testemunhos e de recordações pessoais, o autor traça a personalidade amena e cordial de um homem de Deus, filho de imigrantes, que fez da mensagem de misericórdia os pilares de sua ação pastoral na Argentina.
O autor conheceu o então padre Bergoglio na casa de amigos em Roma e o entrevistou para o Vatican Insider, site temático do jornal La Stampa. “O que sempre me impressionou em Bergoglio foi a profundidade da fé em seu olhar, sua humildade, suas palavras capazes de penetrar o coração das pessoas e fazê-las perceber o abraço misericordioso de Deus”, relata o autor no livro.
Ao longo do livro, o leitor terá chaves para compreender a vida do pontífice e a sua representação de renovador da Igreja. Tornielli mostra que, para Francisco, os piores males da Igreja estão na vaidade e no carreirismo e aposta que o início de seu pontificado pressagia um novo caminho: “aquele de uma Igreja missionária e próxima ao povo”.
Um pontificado com novas ideias?
Com sua simplicidade e sua sobriedade - que, garante o autor, não são atitudes pensadas e nem fruto de uma estratégia midiática -, o papa ofereceu significativo sinal de mudança. Para Tornielli, esses “pequenos grandes sinais” dão a dimensão do que virá pela frente. “O mundo de hoje pede à Igreja que testemunhe o Evangelho mais com a vida que com palavras”, aponta o autor.
Após a eleição de Francisco, discutiu-se sobre quais seriam suas posições acerca de alguns temas éticos, como o que se refere ao reconhecimento de casais homossexuais. “A mensagem de misericórdia e de acolhida poderia inspirar uma abordagem diferente nesse assunto, mas sem implicar em mudanças do ponto de vista doutrinal”, explica.
Sobre o autor
Andrea Tornielli é um dos mais conhecidos jornalistas vaticanistas. Trabalha no jornal La Stampa e no site Vatican Insider, além de colaborar com várias revistas italianas e internacionais. Entre suas inúmeras publicações, destacamos João Paulo I – o papa do sorriso; Pio XII – o papa dos judeus e Bento XVI – o guardião da fé.
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