DANÇA
“Cá entre Nós” transforma sensibilidade da escrita de Adélia Prado em coreografias Espetáculo solo da bailarina Jussara Miller ocupa o palco da Galeria Olido com um diálogo entre dança, fotografia e literatura, livremente inspirado na obra da escritora
Jussara Miller em cena de “Cá entre nós”
O que existe de mais significativo na obra de Adélia Prado é a maneira em que a autora transforma o lado sentimental em palavras. São palavras que nascem das memórias que afloram outras memórias e nos fazem perceber que elas surgem em nós como escolhas coletivas. “CÁ ENTRE NÓS”, espetáculo solo da bailarina e coreógrafa Jussara Miller, aborda, a partir da obra da escritora, temas que fazem parte das memórias do ciclo da vida: infância, maturidade, velhice e morte. Projeto realizado com o apoio do governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura – Programa de Ação Cultural (PROAC) – 2012”, o espetáculo fica em cartaz no palco da Galeria Olido (Avenida São João, 474, Centro) entre os dias 18 e 21 de abril de 2013.
Concebido em processo colaborativo, o espetáculo é uma poesia escrita na pele. Faz emergir memórias imantadas no corpo, revelado pouco a pouco a partir do fluxo do tempo, dos movimentos, das falas e de todas as ações cênicas que acontecem como experiências compartilhadas no universo “cá entre nós” de cada um. Trata-se de um diálogo entre dança, fotografia e literatura, livremente inspirado nas obras “Poesia Reunida”, “Prosa Reunida” e no único livro infantil de Adelia Prado, “Quando eu era pequena”. Os artistas colaboradores-criadores fizeram um mergulho de estudo na obra da escritora com a intenção de estabelecer a textura primordial do espetáculo.
A concepção cênica
A cenografia, criada pelo diretor Norberto Presta, tem um diálogo direto com as fotografias de Christian Laszlo projetadas no espaço cênico e com a luz que pincela cada momento coreográfico. Portanto, a dramaturgia do espetáculo, também assinada por Presta, tem a preocupação de ressaltar um caráter mágico das imagens construídas em cena, não se preocupando com a forma, mas com os estados gerados pela obra de Adélia Prado. Elementos estes que se harmonizam com a concepção visual, sombras e objetos cênicos criados por Rafael Curci, a iluminação de Lucas Rodrigues e os figurinos de Adriana Frias. Para estabelecer este diálogo entre literatura, imagem fotográfica e movimento, são utilizadas projeções de fotos durante todo o espetáculo. Para executar as projeções foi fixada na boca de cena uma tela de tecido de 07 metros de largura e 03 metros de altura. A iluminação foi criada de uma maneira específica para deixar o tecido totalmente transparente para tornar visível o ambiente cênico criado atrás do tecido fixado, onde a Jussara Miller desenvolve toda a coreografia.
A partir do contato com a obra literária, geram-se estados corporais que são explorados na cadência da coreografia, em relação com as imagens fotográficas projetadas no espaço cênico, estabelecendo um jogo de percepções que culmina em uma construção poética do movimento. “As palavras de Adélia têm gosto, têm cheiro e constroem atmosferas em trânsito que em cada depoimento escrito e aqui dançado, revelam a singularidade da experiência humana e dos infinitos momentos compartilhados cá entre nós”, explica Jussara Miller.
Quem é Jussara Miller
JUSSARA MILLER é bailarina, coreógrafa e Prof. Dra. do Salão do Movimento, em Campinas-SP e da Pós-graduação na Técnica Klauss Vianna da PUC-SP. É autora dos livros: "Qual é o corpo que dança? Dança e Educação Somática para adultos e crianças" (Summus, 2012) e "A Escuta do Corpo: sistematização da técnica Klauss Vianna" (Summus, 2ª ed, 2007).
Quem é Adélia Prado
Adélia Luzia Prado Freitas, escritora e poeta natural de Minas Gerais, nascida em 1935,produz textos que retratam o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único. Professora por formação, exerceu o magistério durante 24 anos, até que a carreira de escritora tornou-se a atividade central. Em termos de literatura brasileira, o surgimento da escritora representou a revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa.
Ficha Técnica
Concepção, criação e interpretação: Jussara Miller, Direção, dramaturgia e cenografia: Norberto Presta, Fotografia, seleção musical e cenotécnica: Christian Laszlo
Concepção visual, sombras e objetos cênicos: Rafael Curci, Iluminação: Lucas Rodrigues, Figurino: Adriana Frias, Música original em gongos e harpa: Daniela Ozi e Georg Ehrenwinkler, Textos falados e depoimentos: Adélia Prado, Produção executiva: Isabela Razera, Direção de produção: Salão do Movimento
Serviço
Local: Galeria Olido – Avenida São João, 474 – Centro Humberto da Silva, Sala Paissandu (136 lugares) - Entrada Franca
Quando: Dias 18, 19, 20 e 21 de abril de 2013.
Quinta, sexta e sábado às 20h e domingo às 19h.
Duração: 60 minutos
Classificação Etária: Livre
Nenhum comentário:
Postar um comentário