17 de setembro de 2012

Tom Zé Apresenta Tropicália Lixo Lógico Em Três Shows No Sesc Vila Mariana



Nos dias 21, 22 e 23 de setembro, o artista recebe os convidados Mallu Magalhães, Pélico e Emicida

Tom Zé lança novo disco de canções inéditas, Tropicália Lixo Lógico, em versões em cd e vinil, que será celebrado com shows de lançamento nos dias 21, 22 e 23 de setembro, no SESC Vila Mariana. Desde “Estudando o Samba” (1976), Tom Zé produz discos conceituais baseados em uma teoria própria que o faz criar músicas com o intuito de defender uma tese. Em Tropicália Lixo Lógico, ele revisita os anos 60 de olho no futuro da canção, com a participação de jovens nomes da música popular: Emicida, Mallu Magalhães, Rodrigo Amarante e Pélico, além do estreante Washington.

Para a Natura, Tom Zé tem uma excentricidade original e muito positiva em seus trabalhos, e ao longo de sua carreira contribuiu e muito para a rica história da cultura brasileira. “É um artista atemporal, que tem um jeito peculiar de fazer música. É gratificante estar junto com ele neste momento em que comemora 75 anos, e poder viabilizar este disco inédito que revisita o tropicalismo, mas de uma forma inovadora e antenada com essa nova geração da música brasileira”, destaca Karen Cavalcanti, gerente de marketing institucional da Natura. 

Com sua habitual irreverência, Tom Zé reverencia os símbolos tropicalistas em um álbum que é, ao mesmo tempo, conceitual e leve. O mergulho nas origens da Tropicália trouxe a base teórica para o artista criar canções que carregam o espírito tropicalista com a pegada direta que marcou aquele movimento. Apoiado pela banda formada por Lauro Léllis, Jarbas Mariz, Cristina Carneiro, Felipe Alves e Renato Léllis, e com a produção musical cuidada por Daniel Maia, que também acrescentou seu talento de músico às faixas, Tom Zé imprimiu ao disco uma atmosfera fresca, intercalando o que são, nas palavras dele, “canções de tese festeira, e canções de festa sem tese”.

A tese
Olhando para o senso comum que atribui o nascimento da Tropicália a fatores externos como o rock internacional e a Oswald de Andrade, Tom Zé se pergunta: como teria acontecido a convergência de idéias que resultou no movimento? Elaborando a questão, o artista propõe que a origem da Tropicália reside em um momento anterior, que ele denominou de “creche tropical”. Nele os bebês baianos Gil, Caetano, Gal, Tom Zé e colegas tropicalistas provêm da cultura moçárabe, que entregava aos bebês um conhecimento baseado na oralidade. Indo à escola, com cerca de sete anos, essas crianças têm acesso a  outro pensamento formal baseado na razão, o aristotélico.

Até então, os “analfatóteles” não organizavam as idéias de forma cartesiana. Na escola, alfabetizados por essa tradição comum a todos os ocidentais, o aprendizado moçárabe era atirado na lata de lixo do cérebro, o hipotálamo. Lá ficava essa memória do conhecimento da infância, que descansou durante anos, até o momento em que o choque do rock internacional, Oswald, Rita, Agripino, Zé Celso & cia dispararam o gatilho, fazendo com que o lixo lógico saísse do hipotálamo e fosse, finalmente, para o espaço nobre do córtex cerebral. A partir daí, as idéias que repousavam na inconsciência vieram à tona e resultaram em um movimento que trazia a soma das duas culturas: a moçárabe e a formal artistotélica.

Esse grupo levou, segundo Tom Zé, a cultura brasileira da Idade Média à Segunda Revolução Industrial, agindo como heróis civilizadores da juventude brasileira. É essa aproximação sonora dos jovens artistas da Tropicália que Tom Zé quis destacar, ao buscar a origem do movimento em Tropicália Lixo Lógico.

O disco
Ao estudar as razões que possibilitaram a existência da Tropicália, Tom Zé apresenta dezesseis canções que buscam o apelo popular que o movimento sempre se esforçou para manter, refletindo a variedade musical que o artista gosta de experimentar. A partir do, digamos, rap Apocalipsom A (O fim no palco do começo), escrito de forma nordestina e cantado com o acento urbano de Emicida, Tom Zé explica o princípio de sua tese: “Diabo e Deus numa sala / Firmou-se acordo solene / De unir em casamento / A fé e o conhecimento / Casou-se com muita gala / O saber de Aristóteles / Com a cultura do mouro / Para ter num só filhote / O duplicado tesouro”.

Mallu Magalhães empresta sua voz a duas faixas: a pulsante Tropicalea Jacta Est, título inspirado na expressão em latim “a sorte está lançada”, e O Motoboi e Maria Clara, música delicada sobre (e para) os motoqueiros que têm uma vida tão violenta. A observação do cotidiano está presente na cômica Aviso aos passageiros e em NYC Subway Poetry Department, cuja letra, em inglês, Tom Zé escreveu em parceria com seu professor da língua, e que conta ainda com a bela voz de Rodrigo Amarante. A canção A Terra, meus filhos é uma séria digressão sobre a natureza e suas crias, amaciada por um ritmo que lembra uma boa Bossa Nova. 

Jucaju e De-de-dei Xa-xa-xá (ao lado de Pélico) revelam um aspecto do disco que remete a  brincadeiras sonoras, leveza, e ao espírito livre de fazer canção. Em Tropicália Lixo Lógico (com a participação do pernambucano Washington), a tese é destilada na letra, valorizando a qualidade musical. Enquanto Debaixo da Marquise do Banco Central faz uma observação cruel sobre um amor dificultado pelo desequilíbrio social, Navegador de canções, escrita em 1972 e ainda inédita, traz um Tom Zé trovador romântico. O romance também é base para Amarração do Amor, que fala da feitiçaria para capturar o amado, ao passo que Não tenha ódio no verão sugere que "O ódio pega / Como planta que se rega, / Mas no peito que navega / A pessoa fica cega."

Com produção executiva de Milena Machado, e patrocínio do programa Natura Musical através da Lei de Incentivo à Cultura do MinC, o álbum tem projeto gráfico assinado por Richard Vignais (com obras de arte de Rodrigo Villas Bôas), que relembra a importância dos pedaços na formação de um todo, reprisando a idéia de que o que constitui uma obra são as suas partes, desde a formação, durante o processo, para chegar à obra final. 

Serviço:
Natura apresenta Tropicália Lixo Lógico
Shows em São Paulo
Datas: 21, 22 e 23 de setembro
Horário: sexta e sábado às 21h; domingo às 18h
Local: Sesc Vila Mariana - Teatro (Rua Pelotas, 141)
R$ 42,00 (inteira); R$ 21,00 (usuário inscrito no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino); R$ 10,00 (trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no SESC e dependentes)
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 90 minutos
Lotação: 608 pessoas
Telefone para informações: (11) 5080-3000
Horário de funcionamento da Bilheteria: De terça a sexta-feira das 9 às 21h30, sábado das 10 às 21h30 e domingo e feriado das 10 às 18h30 (ingressos à venda em todas as unidades do SESC).  Aceitam-se cheque, cartões de crédito (Visa, Mastercard, Diners Club International) e débito (Visa Electron, Mastercard Electronic, Maestro e Redeshop).
INGRESSOS ESGOTADOS

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