21 de setembro de 2012

Thiago Pethit Lança Segundo Disco, "Estrela Decadente", Em Show No Sesc Pompeia



Com produção de Kassin e participações de Mallu Magalhães e Cida Moreira, álbum autoral traz letras em português e inglês, parceria com Hélio Flanders e versão de “Surabaya Johnny”, de Bertolt Brecht e Kurt Weill.

Com estreia em São Paulo no dia 06 de outubro, na Choperia do SESC Pompéia, a turnê "Estrela Decadente" tem shows confirmados em Belo Horizonte (27/10 no Granfinos) e Porto Alegre (06/12 no Beco)

No palco, Pethit se apresenta acompanhado por sua banda, formada por Guga Machado (bateria e percussão), Camila Lordy (piano, acordeon e percussão), Pedro Penna (violão, ukulele e guitarra) e Ana Elisa Colomar (cello, flauta transversal e clarinete).

Álbum está disponível na íntegra no site thiagopethit.com

Boca borrada de batom, que sustenta ao canto o final de um cigarro, e olhos velados por uma tarja-título em escaldantes letras douradas (técnica gráfica luxuosa conhecida, não por acaso, como hotstamp). Assim, Thiago Pethit ilustra a capa de “Estrela Decadente”, seu segundo disco, totalmente independente e disponível na íntegra para download. Com nove faixas, sendo oito autorais e uma versão de “Surabaya Johhny”, de Bertolt Brecht e Kurt Weill, o álbum produzido por Kassin inaugura novos e mais amplos lugares para a música de Pethit.

Se em seu álbum de estreia, “Berlim, Texas” (2010), o compositor encontrava o tom de sua voz e situava-se em um ponto particular do mapa-múndi, no segundo trabalho perder-se por aí para correr perigo. Para acompanhá-lo,elege como seu bande à part, além deKassin e dos músicos Stephan San Juan, Pedro Penna e Camila Lordy; a dama  indigna Cida Moreira, que encarna a versão madura da mocinha de Brecht e Weill; a musa Mallu Magalhães, que leva sua doçura para “Perto do Fim”, e a diva Renata Bastos, sua Candy Darling da noite paulistana. Elenco reunido também em ensaio inspirado nos murais fotográficos do americano Richard Avedon, clicado por Gianfranco  Briceno. As imagens renderam o poster encartado no álbum e uma série de posteres que estará à venda nos shows da turnê.

Uma ode cintilante e suntuosa à decadência, o novo álbum atualiza o cabaré de Pethit, que, ao lado do produtor musical Kassin e do diretor dearte Pedro Inoue, constrói um discurso estético contundente. Em “Estrela Decadente”, Pethit assume voz, postura e sentimentos da persona que permeia toda a produção, um dândi que se apresenta frontalmente, também em discursonarrativo, na faixa “Dandy Darling”, parceria com Rafael Barion. Mas, mais do que nas letras, compostas ora em português, ora em inglês ou em ambas as línguas, as mensagens surgem nas escolhas estéticas, uma marca do artista que neste segundo álbum tornam-se quase uma obsessão.

Na maioria das faixas, as influências sonoras passeiam por referências dos anos 1930 e 1960, contemporaneizadas por programações com samples, loops e ruídos digitais que se misturam aos outros instrumentos. Aaura rock n` roll envolve faixas como “Moon”, “Dandy Darling”, “Devil in Me” e a faixa-título, inspirada na atriz Greta Garbo. Todo autoral, com exceção de “Surabaya Johnny”, o disco retoma parceria com Helio Flanders em “Devil in Me”. Com introdução de piano melotron, que anuncia o mantra demoniaco em clima dramático de filme noir, a faixa bluesy traz vocais sensuais que flertam com a psicodelia. Uma raridade, o melotron de 1960 conservado no estúdio do produtor Apolo 9, é o mesmo usado nos discos dos Mutantes.

Faixa mais crua do disco, “Haunted Love”, traz arranjo marcado por voz, batida de sapato no chão e um grandioso coro, que remete aos grupos vocais dos anos 1950 1960. Única faixa gravada quase que inteiramente ao vivo, teve coro e voz principal captados ao mesmo tempo em cabines diferentes.

A escolha de uma canção de Brecht e Weil para fechar o disco é emblemática. Referência para obras de artistas comoDavid Bowie, Lou Reed, Nick Cave e Tom Waits, os autores alemães se mostrambastante atuais e provocativos. “Surabaya Johnny”, única regravação do disco, é uma canção de amor da peça teatral de cabaréHappy End, de 1929.Conta a história de uma garota de 16 anos que, iludida por um marinheiro, élevada por ele até Surabaya, uma ilha da Indonésia, onde é cruelmente abandonada. O arranjo se distancia da realidade e traz Pethit como a garota ingênua na juventude e Cida como a mesma garota anos depois, sozinha em Surabaya. 

O projeto gráfico tem direção de arte e design de Pedro Inoue, diretor criativo da revista canadense AdBusters que tem em seu currículo capas de discos de David Bowie e Jamie Cullun. A arte visual de "Estrela Decadente" é inspirada em figuras icônicas como Andy Warhol, James Dean e Greta Garbo.

Sobre Thiago Pethit

O disco de estreia de Thiago Pethit, “Berlim, Texas” (2010), traz onze faixas, todas autorais, com produção de Yury Kalil (Cidadão Instigado) e direção artística de Jackson Araújo. No primeiro álbum, antecedido pelo o single “Fuga No 1” (2009) e pelo EP “Em Outro Lugar” (2008), a construção musical acompanha a simplicidade das letras confessionais e diretas, em português, inglês ou francês, que fogem de rimas elaboradas etermos rebuscados. Com performances acústicas em que todos os instrumentos são tocados analogicamente pelos músicos no estúdio, sem interferências de bases eletrônicas, ruídos foram registrados propositalmente pelos microfones no disco.

Com formação em artes cênicas, Pethit estudou canto e composição em Buenos Aires e Paris. A transição do teatro para a música é definitiva para o desenho de seu estilo musical, que resgata elementos do universo do cabaré alemão dos anos 1930, com foco em autores/ compositores como Bertolt Brecht e Kurt Weill.

A estreia musical de Pethit no palco, para apresentar oficialmente suas canções, foi no Studio SP, em 2008, na abertura do show do compositor folk norte-americano Bonnie Prince Billy (Will Oldham). Depois de uma temporada de shows lotados na casa, o cantor abriu os shows de Jens Lekman, no projeto Invasão Sueca. Desde o lançamento de seu disco de estreia ganhou o prêmio Aposta MTV no VMB 2010 e levou seu show a  diversas cidades brasileiras e a países como Argentina e Portugal. Em 2011, participou do disco de Rodrigo Leão, fundador de uma das bandas portuguesas de maior projeção mundial, Madredeus. Além de gravar com o compositor, Pethit excursionou com o projeto de Leão, que já contou com nomes como Beth Gibbons (Portishead) e Stuart Stapples (Tindersticks).

SERVIÇO
Thiago Pethit
06/10, sábado, às 21h30
Choperia do SESC Pompéia
Rua Clélia, 93 - Perdizes
São Paulo
11 3871-7700
R$ 20,00 - inteira
R$ 10,00 - usuário inscrito no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante
R$ 5,00 - trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no SESC e dependentes
Ingressos à venda na rede Ingresso SESC a partir das 14h do dia 25/09.

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