De 5 a 9 de junho o canal exibirá curtas e longas dirigidos por Alexandre Stockler, Eduardo Coutinho, Evaldo Mocarzel, Marcos Prado, entre outros, para incentivar reflexão sobre inclusão social no processo de reciclagem de materiais
Efeito Reciclagem, dirigido por Sean Walsh e inédito na TV, é um dos destaques
Cena do documentário Estamira, de Marcos Prado.
Para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6) e contribuir para a reflexão sobre a interação com o Meio Ambiente, às véspera da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), o SescTV selecionou algumas produções para o ciclo de cinemaInclusão e Sustentabilidade, que será exibido de 5 a 9 de junho, na faixa das 23 horas. Serão exibidos curtas e longas de diretores como Alexandre Stockler (Vidas no Lixo, 2008), Eduardo Coutinho (Boca do Lixo, 1992), Evaldo Mocarzel (À Margem da Imagem, 2003, e À Margem do Lixo, 2008) e Marcos Prado (Estamira, 2006), além do inédito na televisão, Efeito Reciclagem (2010), de Sean Walsh, documentarista radicado no Brasil.
O ciclo de cinema Inclusão e Sustentabilidade terá início na terça-feira, 5 de junho, com Vidas do Lixo (2008), dirigido por Alexandre Stockler, e Boca do Lixo (1992), por Eduardo Coutinho. O primeiro curta registra a rotina de um casal de adolescentes e de uma garota de 12 anos, que trabalham recolhendo lixo pelas ruas de São Paulo. Sem condições de realizar todas as refeições do dia, eles se alimentam com restos encontrados no lixo, o principal meio de vida de suas famílias. Dois anos mais tarde, após três abortos, Stockler registra o reveillon do casal no litoral. Com um filho nos braços e emocionados, recolhem latas de alumínio jogadas na areia da praia e externam a vontade de que no próximo ano não precisem mais fazer isso para ganhar a vida.
Em Boca do Lixo, direção de Eduardo Coutinho, uma comunidade de trabalhadores é entrevistada num ponto de escoamento de lixo, localizado no município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. A maioria das pessoas se orgulha do trabalho que faz e não tem perspectivas ou desejo de mudança. Jurema, de 30 anos, nasceu no aterro, mora com a mãe, o marido e sustenta uma família com sete filhos. Nirinha é considerada a que tem melhor condição financeira na comunidade. Há mais de 15 anos trabalha com lixo, recolhe cerca de 4 mil quilos de material por quinzena e vende direto para os recicladores, ganhando o dinheiro que deixaria com os intermediários comuns neste negócio.
Na quarta-feira, 6 de junho, é a vez do curta de ficção As Coisas que Moram nas Coisas (2006), dirigido por Bel Bechara e Sandro Serpa, e o longa À Margem do Lixo (2008), do jornalista e cineasta Evaldo Mocarzel. No curta, os três filhos de um casal de catadores de material reciclável atribuem diferentes significados aos objetos recolhidos pelos pais. Em meio a brincadeiras e aventuras, as crianças vivenciam experiências únicas e lúdicas, que ajudam a melhorar o dia a dia dos pais que desejam oferecer algo melhor para elas. O longa À Margem do Lixo, produzido em 2008, faz parte de uma série de quatro documentários que traçam um panorama da sobrevivência nas ruas de São Paulo, e registra a rotina dos catadores de papel e materiais recicláveis. Mostra ainda, o dia a dia das cooperativas de catadores e a luta por mais atenção do poder público à categoria. Vencedor de três prêmios do Festival de Brasília, entre eles o de Melhor Filme, a produção também recebeu prêmios no Festival Internacional de Direito Humanos e no Prêmio ABC de Cinematografia.
Sergio Cezar, conhecido como o arquiteto do papelão, é o protagonista do curta Gigante de Papelão, uma produção de 2010, dirigida por Bárbara Tavares, que vai ao ar na quinta-feira, dia 7 de junho. O artista plástico reutiliza materiais para construir todo tipo de cenário urbano. Herança de seu pai, sua arte teve incentivo desde a infância, enquanto observava seu pai transformar peças descartadas no lixo para construir brinquedos para o filho. Em seguida, À Margem da Imagem (2003), longa de estreia de Mocarzel e parte da série sobre a vida nas ruas, registra o estilo de vida de alguns moradores de rua em São Paulo e suas opiniões sobre a imagem que passam para a sociedade. Exclusão, desemprego, roubo e o abuso da imagem dessas pessoas são temas abordados neste documentário, que apresenta depoimentos lúcidos e emocionantes sobre a vida marginalizada. A produção recebeu o prêmio de Melhor Documentário nos festivais de Gramado e do Rio, além da indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
O premiado Estamira (2006), de Marcos Prado, será exibido no dia 8 de junho, sexta-feira. O longa conta a história de uma mulher de 63 anos que sofre de distúrbios mentais, vive e trabalha há mais de 20 anos no aterro sanitário do Jardim Gramacho, local renegado pela sociedade, que recebe diariamente mais de oito mil toneladas de lixo produzido no Rio de Janeiro. Eloquente, revoltada e poética, Estamira reflete sobre questões globais, como o destino do lixo produzido por grandes metrópoles e os subterfúgios que a mente humana utiliza para se defender do que é insuportável de ser vivido.
Para fechar o ciclo Inclusão e Sustentabilidade, Efeito Reciclagem (2010), dirigido por Sean Walsh, será exibido no sábado, 9 de junho. O longa apresenta a história de Claudinês, catador de material reciclável e morador de um bairro de periferia na Zona Sul de São Paulo. Com uma enorme consciência sobre a importância de seu trabalho e habilidoso com os negócios, este senhor deixou o trabalho como motorista de lotação para exercer a função de catador de material reciclável em tempo integral. A bordo de sua perua Kombi, transita pelas ruas de São Paulo de domingo a domingo, sempre acompanhado de um dos seus 27 filhos. Ele vive em harmonia com suas duas mulheres e tem o respeito dos filhos, frutos de seus quatro casamentos. Embora a vida não pareça fácil, Claudinês esbanja lucidez e, acima de tudo, força de vontade e interesse em melhorar o seu negócio a cada dia. Premiado em festivais nos Estado Unidos, Inglaterra, México e Portugal, Efeito Reciclagem esteve em cartaz no Brasil em 2011, no CineSesc.
SERVIÇO
ciclo de cinema
INCLUSÃO E SUSTENTABILIDADE
De 5 a 9 de junho, às 23 horas.
PROGRAMAÇÃO
Terça-feira, 5 de junho.
Vidas no Lixo (2008)
Direção: Alexandre Stockler
Elenco: Crisleide Carvalho de Mello, Graziele Carvalho de Paula, Leandro da Silva Messias
Duração: 15 minutos.
Classificação: 14 anos.
Sinopse: O filme mostra crianças e adolescentes que vivem e comem no lixo. Enquanto reviram sacos de lixo pelas ruas e recolhem materiais úteis para vender a empresas de reciclagem, falam sobre suas vidas, suas famílias, seus sonhos e desejo de estudar.
Boca do Lixo (1992)
Direção: Eduardo Coutinho.
Elenco: Catadores de lixo.
Duração: 48 minutos.
Classificação: 14 anos.
Sinopse: Em São Gonçalo, Rio de Janeiro, num ponto de escoamento de lixo, pessoas selecionam objetos e comida para reaproveitamento e venda. Em Boca do Lixo, Eduardo Coutinho (Cabra Marcado Para Morrer), registra depoimentos de catadores de lixo, que revelam seus desejos e refletem sobre os porquês de suas condições de vida.
Quarta-feira, 6 de junho.
As Coisas que Moram nas Coisas (2006)
Direção: Bel Bechara e Sandro Serpa.
Elenco: Gabriel Fantini, Jesser de Souza, Lucas Arruda, Luciana Arruda, Raquel Scotti, Robson Emilio.
Duração: 14 minutos.
Classificação: Livre.
Sinopse: Enquanto acompanham sua família formada por catadores de lixo, três crianças atribuem novos significados aos objetos descartados pela cidade, inventando brincadeiras e pontos de vista.
À Margem do Lixo (2008)
Direção: Evaldo Mocarzel.
Elenco: não informado.
Duração: 84 minutos.
Classificação: 14 anos.
Sinopse: Documentário registra a rotina de catadores de papel e material reciclável na cidade de São Paulo. Parte da série de quatro filmes sobre a vida marginal em São Paulo, o documentário recebeu 19 prêmios em festivais nacionais e internacionais.
Quinta-feira, 7 de junho.
Gigante de Papelão (2010)
Direção: Bárbara Tavares.
Elenco: Sergio Cezar.
Duração: 12 minutos.
Classificação: Livre.
Sinopse: Gigante de Papelão é um curta que conta a história e o poder de transformação do artista plástico Sergio Cezar. Também conhecido como o arquiteto do papelão, usa todo o tipo de material descartado no lixo para construir incríveis cenários urbanos.
À Margem da Imagem (2003)
Direção: Evaldo Mocarzel.
Elenco: Moradores de rua.
Duração: 72 minutos.
Classificação: 14 anos.
Sinopse: Registro da rotina de sobrevivência entre os moradores de rua da cidade de São Paulo, o documentário aborda temas como exclusão social, desemprego, alcoolismo, loucura, religiosidade e, principalmente, o uso abusivo da imagem destas pessoas. Premiado no Festival de Gramado e do Rio como Melhor Documentário.
Sexta-feira, 8 de junho
Estamira (2006)
Direção: Marcos Prado.
Elenco: Estamira.
Duração: 115 minutos.
Classificação: 16 anos.
Sinopse: Estamira conta a história de uma mulher de 63 anos que sofre de distúrbios mentais, vive e trabalha há mais de 20 anos no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, local renegado pela sociedade, que recebe diariamente mais de oito mil toneladas de lixo produzido no Rio de Janeiro. Com discurso eloquente, filosófico e poético, esta mulher levanta questões de interesse global, como o destino do lixo produzido pelos habitantes de uma metrópole e os subterfúgios que a mente humana encontra para superar uma realidade insuportável de ser vivida.
Sábado, 9 de junho.
Efeito Reciclagem (2010)
Direção: Sean Walsh.
Duração: 91 minutos.
Classificação: 12 anos.
Sinopse: São Paulo é o cenário da história de Claudinês, catador de material reciclável. Todos os dias, há quase cinco anos, transita pelas ruas da cidade e recupera tudo que coleta para depois vender. Acompanhado de suas duas mulheres e seus filhos, este homem revela incrível consciência sobre a importância de seu trabalho e habilidade para os negócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário