Mostra revela a influência dos arquitetos estrangeiros na construção da cidade
Um novo olhar sobre a arquitetura da capital paulista é a proposta apresentada pelo Centro da Cultura Judaica na exposição “O Espaço e o Estrangeiro na Cidade de São Paulo - Exílio e Modernidade”. Com curadoria da professora e pesquisadora Anat Falbel, a mostra apresenta uma São Paulo que muitos conhecem, mas com uma ótica diferente, uma luz específica sobre o legado deixado por profissionais imigrantes para o espaço urbano. A exposição busca identificar a contribuição dos arquitetos que vieram para o Brasil desde a década de 30 e como esses tiveram um papel primordial no processo de modernização da paisagem cultural da capital.
A mostra, que ficará aberta ao público até 11 de março, apresenta inúmeros materiais entre projetos, fotografias, mapas, documentos, relatos em vídeo e artigos históricos, além de gravuras e mobiliário. Para a curadora Anat Falbel, os profissionais estrangeiros podem ser compreendidos como agentes intermediários na circulação, transferência e consolidação de uma cultura arquitetônica moderna associada a outras expressões como a fotografia, o design e as artes plásticas.
Yael Steiner, superintendente geral do Centro da Cultura Judaica afirma que a exposição pretende trazer para o público paulistano uma parte da história da capital, a partir do papel fundamental que profissionais imigrantes, muitos dos quais judeus, tiveram na formação arquitetônica e urbana da cidade de São Paulo. “A exposição representa muito bem esta característica cosmopolita da cidade de São Paulo e, por meio de uma pesquisa histórica, mostra como a cultura e a identidade da capital, em seus mais variados aspectos, permeiam uma definição plural, com influência dos mais variados países”, explica.
Repleta de histórias particulares, mas sem perseguir trajetórias individuais, “O Espaço e o Estrangeiro na Cidade de São Paulo - Exílio e Modernidade”, problematiza a produção brasileira do profissional imigrante maturado no corpo de uma cultura européia moderna, eminentemente internacional e cosmopolita, e como esta se manifestou na arquitetura e suas expressões afins e complementares. Do mesmo modo, a exposição aponta para o diálogo que envolveu arquitetos estrangeiros e nacionais durante o período de intensa fermentação cultural entre as décadas de 1930 e 1960.
Quem for ao Centro da Cultura Judaica poderá reconhecer personagens incidentes na construção da modernidade paulista, como os arquitetos Jacques Pilon, Lina Bo Bardi, Gregori Warchavchik, Lucjan Korngold, Franz Adolf Heep e Giancarlo Palanti, os designers John Graz, Jorge Zalszupin, Joaquim Tenreiro, bem como os fotógrafos Hans Gunter Flieg e Peter Scheier, que entre muitos outros registraram as transformações urbanas durante o período em foco. A exposição reserva surpresas como cartas e desenhos de Lina Bo Bardi e Bruno Zevi, revistas, cadeiras de Tenreiro, G. Warchavchik, aquarelas de Flavio de Carvalho e Yolanda Mohalyi, projetos de Daniele Calabi, além de fotografias e gravuras de Lasar Segall, entre outros.
SERVIÇO: O ESPAÇO E O ESTRANGEIRO NA CIDADE DE SÃO PAULO
Data: 17 de novembro a 11 de março – 1º andar
Ingresso: gratuito
Classificação: livre
Endereço: Centro da Cultura Judaica - Rua Oscar Freire, 2.500 (ao lado da estação Sumaré do Metrô)
Tel.: (11) 3065-4333
E-mail: culturajudaica@culturajudaica.org.br
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