Depois de participar do Festival Varilux de Cinema Francês deste ano, OS NOMES DO AMOR (LE NOM DES GENS) chega ao circuito comercial de cinemas no dia 02 de dezembro. O filme foi vencedor de dois prêmios no César 2011, o “Oscar francês”.
Estrelado por Jacques Gamblin e Sara Forestier, OS NOMES DO AMOR (LE NOM DES GENS) é um filme que mistura comédia e romance ao contar a improvável história de amor vivida por Bahia Benmahmoud (Sara Forestier), filha de uma ex-hippie e de um imigrante argelino, e Arthur Martin (Jacques Gamblin), um quarentão conservador, que ela seduz com o intuito de mudar sua visão política.
O filme, dirigido por Michel Leclerc, aborda de forma leve e divertida assuntos delicados, como: antissemitismo, pedofilia, xenofobia, eleições presidenciais, guerras e política de imigração.
OS NOMES DO AMOR (LE NOM DES GENS) é uma produção que, com seu humor ácido, diverte ao mesmo tempo em que faz refletir.
Para materiais do filme, acessar: www.osnomesdoamorofilme.com.br
Ficha Técnica:
Título: OS NOMES DO AMOR
Título original: LE NOM DE GENS
Gênero: Comédia Romântica
País: França
Ano: 2010
Formato: 35mm, color
Duração: 104 minutos
Direção: Michel Leclerc
Elenco: Jacques Leclerc, Sara Forestier, Zinedine Soualem
Roteiro: Baya Kasmi e Michel Leclerc
Produção: Caroline Adrian, Antoine Rein e Fabrice Goldstein
Fotografia: Vincent Mathias – AFC
Montagem: Nathalie Hubert
Trilha Sonora: Jérôme Bensoussan e David Euverte
Direção de Arte: Jean-Marc Tran Tan Ba - ADC
Classificação: 14 anos
Distribuição: Vinny Filmes
Prêmios e Nomeações:
CESAR 2011 – LES CESAR DU CINEMA – Edition nº 36
- César de Melhor atriz para Sara Forestier
- César de Melhor roteiro original para Michel Leclerc e Baya Kasmi
- Indicação ao César de Melhor Filme Francês de 2011
- Indicação ao César de Melhor Ator para Jacques Gamblin
FESTIVAL DU FILM DE CABOURG 2011 – Journées romantiques, journées
européennes 2010 – Edition nº 24
- Melhor Filme – Prêmio do Público
ETOILES D’OR DE LA PRESSE DU CINEMA FRANÇAIS 2011 – Edition nº 12
- Etoile d’Or de Melhor Atriz para Sara Forestier
- Indicação à Etoile d’Or de Melhor Roteiro para Michel Leclerc e Baya Kasmi
Sinopse Curta
Bahia Benmahmoud (Sara Forestier) é uma extrovertida ativista de esquerda que
dorme com seus adversários políticos para convertê-los aos seus ideais. Ela sempre
se dá bem até encontrar Arthur Martin (Jacques Gamblin), sua cara-metade.
Sinopse Longa
A extrovertida jovem Bahia Benmahmoud (Sara Forestier) vive de acordo com o clássico ditado « Faça amor, não faça guerra ». Para conseguir converter as pessoas, ela está disposta a dormir com seus inimigos políticos – o que significa dormir com muitos homens, já que são todos conservadores. E ela vem conseguido bons resultados.
Quando conhece o discreto quarentão Arthur Martin (Jacques Gamblin), ela acredita que com um nome tão comum, ele está fadado a ser uma pessoa verdadeiramente conservadora e, portanto, realmente difícil de ser convertido aos seus ideais liberais.
No entanto, as aparências enganam e as pessoas nem sempre são o que parecem ser.
Bahia e Arthur são tão diferentes quanto dois oponentes pode ser, mas quando eles se apaixonam, faíscas podem ser vistas no ar.
Elenco:
ARTISTA PERSONAGEM
Jacques Gamblin Arthur Martin
Sara Forestier Bahia Benmahmoud
Zinedine Soualem Mohamed Benmahmoud
Carole Franck Cécile Delivet Benmahmoud
Jacques Boudet Lucien Martin
Michelle Moretti Annette Martin
Zakariya Gouram Hassan Hassini
Julia Vaidis-Bogard Annette Martin com 30 anos
Adrien Stoclet Arthur Martin adolescente
Camille Gigot Arthur Martin criança
Laura Genovino Bahia Benmahmoud criança
Rose Marit Annette Martin criança
Youari Kime Mohamed Benmahmoud criança
Yann Goven Pianista
Nabil Massad Nassim
Cyrrile Andrieu-Lacu David Cohen (Avô de Arthur)
Cristina Palma De Figueiredo Cristina Palma De Figueiredo (Avó de Arthur)
FILMOGRAFIA SELECIONADA – Jacques Gamblin
2008 « O Primeiro Dia do Resto de Nossas Vidas » ( Le premier jour du reste de ta vie / The First Day of the Rest of Your Life) de Rémi Besançon
Indicado ao Prêmio de Melhor Ator – Premio Cesar
2006 « Brigadas do Tigre » (Les brigades du tigre / Tiger Brigades)
de Jérôme Cornuau
2005 « Inferno » (L’enfer) de Danis Tanovic
2004 « Holy Lola » (Holy Lola) de Bertrand Tavernier
2002 « Laissez-passer / Safe Conduct » (Laissez-passer / Safe Conduct)
de Bertrand Tavernier
Melhor Ator no Festival de Berlim de 2003
FILMOGRAFIA SELECIONADA – Sara Forestier
2010 « Gainsbourg (Vie héroïque) / Gainsbourg: Je t’aime… Moi Non Plus »
(Gainsbourg (Vie héroïque) / Gainsbourg: Je t’aime… Moi Non Plus) de Joann Sfar
2009 « Ervas Daninhas » (Les herbes folles / Wild Grass) de Alain Resnais
2005 « Por Amor ou Por Dinheiro » (Combien tu m’aimes / How Much Do You Love
Me?) de Bertrand Blier
2003 « L’esquive / Games of Love and Chance » (L’esquive / Games of Love and
Chance) de Abdel Kechiche
Entrevista com Michel Leclerc e Baya Kasmi
O filme “Os Nomes do Amor” (Le Nom des Gens) é uma comédia, assim como o seu primeiro filme “J’invente Rien” (J’invente Rien). Por que você escolheu comédia?
Michel Leclerc: Quando você fala sobre si mesmo, ou pelo menos quando você quer utilizar material autobiográfico, o humor permite que você dê um passo atrás o suficiente para não cair na indulgência narcisista. Para falar sobre si mesmo, com certeza, mas também para tirar sarro de si e ao mesmo tempo fazer com que outras pessoas possam entrar na história. Essa é a principal razão pela qual eu faço comédias: parece-me que é a única maneira elegante de falar sobre assuntos pessoais, sem se tornar egocêntrico ...
Quais são suas influências?
ML: Em uma recente entrevista, Woody Allen lamentou o fato de que os jovens cineastas são mais inspirados por Scorsese e Tarantino do que por ele. No entanto, há anos eu venho tentando desesperadamente ser inspirado por ele - especialmente pelos filmes “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (Annie Hall) e “A Era do Radio” (Radio Days) - ao fazer “Os Nomes do Amor” (The Name of Love) - mas ninguém percebe.
Meu objetivo final seria copiar todos os seus filmes, um por um, mas eu tenho medo de não viver tempo suficiente para fazer isso. Eu secretamente espero que ele acabe me processando por plágio, o que poderia me dar uma chance de realmente conhecê-lo!
Como a aventura de “Os Nomes do Amor” (Le Nom des Gens) começa?
ML: Quando eu conheci Baya, há quase dez anos, ela me disse seu nome e eu respondi: "É brasileiro?" - ela respondeu: "Não, é argelino." Depois disso ela perguntou meu nome e, quando respondi, ela disse: "Pelo menos você é capaz de dizer de onde vem seu nome!" Assim, o ponto de partida do filme coincide com o ponto de partida do nosso relacionamento pessoal.
Baya Kasmi: Queríamos responder a toda essa linha de raciocínio determinista sobre a identidade e as comunidades, o que não suportamos e com o que não nos identificamos.
ML: Na França, a questão de origem é complicada e obsessiva. Como você se mantém fiel às raízes sem se curvar para a mentalidade da comunidade? Como você pode ser ateu, sem rejeitar as suas origens? Somos fascinados por essas questões.
Então é altamente autobiográfico?
ML: Sim, porque foi dizendo umas e outras histórias sobre nossas famílias que, apesar de nossas diferenças, reconhecemos semelhanças quando se trata de certas neuroses e obsessões dos nossos pais. Basicamente, os relacionamentos amorosos dependem muito mais dessa questão de família do que em um suposto sentimento de pertencer a uma determinada comunidade. Arthur Martin define-se como "melhor do que qualquer outra coisa, mas não a escolha certeira do mercado ".
ML: Eu realmente amo aqueles personagens que são um tanto quanto rigorosos a ponto de serem “gostados” e cuja inflexibilidade acaba tornando-os anti-sociais.
Arthur Martin é um daqueles homens que tem uma certa justiça moral - rigidez, até mesmo – o que o impede de fazer concessões. Gostamos da idéia de termos um personagem muito sério e sem senso de humor em uma comédia.
Como você chegou a pensar em fazer do Arthur um ornitólogo, que trabalha para o departamento francês de Doenças dos Animais?
ML: Para Arthur, nós procuramos uma profissão que refletisse nossa natureza obsessiva. O princípio de tomar precauções para minimizar qualquer risco possível corresponde à sua filosofia de vida pessoal - em tal ponto que ele diz isso sobre sua carreira.
BK: Quando nós pesquisamos essa profissão, percebemos que poderia haver muitos elos com o seu tipo de personalidade. Por exemplo, descobrimos que, em caso de risco de gripe aviária, o seu trabalho é dar ordens para o abate de galinhas em massa. Havia, obviamente nessa profissão, uma repercurssão ligada com os problemas e preocupações de Arthur.
ML: Bahia é uma personagem corajosa. Ela acredita que é sempre melhor tomar alguma atitude - mesmo ruim - do que não fazer nada. Ela é uma ativista que acredita que suas ações podem mudar o mundo. Mas o que faz dela especial é que
ela não faz distinção entre o seu compromisso político e o seu compromisso pessoal, uma vez que ela dorme com seus inimigos políticos! Ela é uma personagem com um pensamento muito próprio.
BK : Ela é também aquele tipo de pessoa que simplifica as coisas sem necessidade.
O mundo hoje é tão complexo que você tem que ter uma abordagem clara e se comprometer. É isso que a faz ela dizer coisas ridículas às vezes, como "quadrados são totalmente fascistas, esquerdistas são OK e os extremistas de direita são fascistas" sem nunca se sentir envergonhada por isso! Pode parecer pueril, mas para ela é uma escolha consciente: ela mesma se faz seguir por essa linha de pensamento para não perder energia em ação. É um desafio.
Como você escolheu Jacques Gamblin?
ML: Nós pensamos nele imediatamente. Achei que ele era perfeito para o papel porque ele é um exemplo notável daquela pessoa que possui um auto-controle, mas do tipo fechado, que ainda exala uma espécie de humanidade. Ele também tem um corpo que pode oferecer um potencial cômico muito forte e que não havia sido muito explorado até agora.
E Sara Forestier?
ML: Nós criamos a personagem de Bahia como uma espécie de Marilyn árabe. Por isso, no início estávamos procurando por uma atriz de ascendência árabe. Mas não conseguimos encontrar ninguém que expressasse todos os diferentes aspectos de sua personagem, que fosse ao mesmo tempo engraçada, animada, espontânea e desinibida. Então, abriu-se uma chamada de elenco para atrizes não árabes.
Quando nós encontramos Sara Forestier, apesar de ela não corresponder a personagem exatamente como tínhamos imaginado, nós imediatamente soubemos que o papel era dela. Porque ela tem esse lado divertido, espirituoso e de besteirol que imaginávamos, sem ser vulgar. A partir daí, reescrevemos o papel de Sara, aproveitando esse lado dela sobre o qual falamos anteriormente.
BK: Graças à Sara, voltamos para a complexidade de um personagem que sofre por não parecer árabe, embora o pai dela seja proveniente da Argélia. O que é muito mais parecido comigo.
Os atores são espantosamente naturais...
ML: Eu gostei tremendamente de dirigir os atores porque eu senti que eles estavam muito envolvidos no filme. Então, eles estavam abertos à improvisação. Para mim, é fundamental manter um espaço aberto para a liberdade quando se trata de um script muito bem escrito. Por exemplo, eu usava o lado ativista da Carole Franck, que interpreta a mãe de Bahia, nas cenas onde ela fica brava sobre a energia nuclear e quando ela insistia para Arthur concordar com um casamento de conveniência, ela estava improvisando.
Quais eram seus objetivos como diretor?
ML: Eu queria jogar com o contraste de alguns dos temas sérios – como política e traumas de infância – e o estilo glamoroso da cinematografia. Por exemplo, quando Arthur e Bahia estão andando através das folhas caídas depois de seu casamento de conveniência, eles conversam sobre o dever da memória e sobre a Guerra da Argélia. Achei divertido para brincar com o contraponto entre uma filmagem típica de comédias românticas - vestido de noiva, garrafa de champanhe na mão – e o assunto da conversa. Por outro lado, eu queria evitar o excesso de edição e sistemática de corte para close-ups, o que é típico da comédia padrão.
Eu preferi filmar grandes cenas para enquadrar os corpos dos personagens e não sobre a iluminação das cenas, mesmo que isso significasse perder certos efeitos cômicos.
A cena em que Arthur coloca a roupa de Bahia de volta é muito poética.
ML: Para Bahia, a nudez é totalmente sem importância: ela age da mesma maneira nua, como ela faz estando vestida - ela não faz isso de uma maneira sexual. Por isso, tivemos que retratar a sua nudez como algo normal, fazendo sexy então o vestir das roupas de volta. Foi um verdadeiro desafio para dirigir.
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