16 de agosto de 2011

Vanguart lança novo álbum na internet


Chega ao fim a espera pelo novo álbum do Vanguart. Ele está disponível para streaming na página da banda no Facebook a partir de hoje. E também é possível fazer o download pago pelos maiores portais de música.

Segundo álbum do Vanguart e primeiro pela Deck, “Boa Parte de Mim Vai Embora” é composto por 13 faixas autorais, todas em português, com exceção de “Mi Vida Eres Tu”, com trechos em espanhol. Melancólico e romântico, o novo trabalho “fala sobre a alegria e a tristeza de encontros, desencontros, partidas e chegadas.” – explica o compositor, vocalista e violonista Hélio Flanders.

A banda formada por Flanders (vocal e violão), Reginaldo Lincoln (baixo), Douglas Godoy (bateria), David Dafré (guitarra) e Luiz Lazzaroto (teclado), contou com a delicadeza do violino de Fernanda Kostchak em algumas faixas.

O show de lançamento acontece no próximo sábado, 20 de agosto, no SESC Vila Mariana em São Paulo.

Para ouvir acesse: http://www.facebook.com/vanguartoficial?sk=app_178091127385

Vanguart
“Boa Parte de Mim Vai Embora”

Vanguart e o faroeste do amor
“Boa Parte de Mim Vai Embora” é um marco na história da Vanguart, banda formada em 2004 em Cuiabá, Mato Grosso. Até então, o quinteto enfrentava tiroteios entre a inspiração em Beatles e Bob Dylan e versos em português e inglês. Três anos depois do bem-sucedido álbum de estreia, “Vanguart”, oxigenado pela mudança para São Paulo, por novas influências – cantores como Dorival Caymmi, Roberto Carlos e Elizeth Cardoso e poetas como Walt Whitman –, e moída e remoída por encontros e desencontros amorosos, o grupo nunca soou tão coeso, tão western. À parte "Mi Vida Eres Tu", com refrão em perfeito espanhol, o álbum todo é cantado em português. Escancaradamente inspirado na mais confessional das obras de Dylan, “Blood on the Tracks”, “Boa Parte de Mim Vai Embora” é romântico do primeiro ao último acorde.

Tudo gira em torno da inquietação: o amor pode ir e voltar quantas vezes? Até onde podemos ir entre o orgulho do rompimento e a redenção da volta? Não se fala aqui na paixão ou na descoberta do amor, mas no confronto com a perda, com a sarjeta e com a cara na porta – e com a desbragada vontade de bater à porta fechada, sem esperança, mas também sem medo. O tema da ausência é conjurado já na capa: em duotone, quatro mulheres à frente de uma casa antiga – os homens, enxotados ou perdidos, devem estar do lado de fora, com cara de cachorro, implorando por voltar (as mulheres são amigas da banda: as músicas Fernanda Kostchak e Cida Moreira, a atriz Daniela Dams e a apresentadora Rafaela Tomasi).

Mas Vanguart espanta a maldição do segundo álbum encarando com calma seus demônios. Se há momentos de placidez folk, há sobretudo uma lucidez agridoce em esgarçar as feridas; o álbum soaria trágico não fosse o sofisticado iê-iê-iê que embala essas treze melancólicas canções. Ao mesmo tempo em que apresenta novas ideias para as alternâncias de dinâmica que são a marca da banda, o quinteto aprofunda a peculiar maneira como exerce o contraste tramado entre a pulsação forte e veloz do instrumental e as notas alongadas da melodia-guia. Atente-se, aliás, à maturidade dos vocais do frontman Helio Flanders, cujo registro passeia do confortável ambiente dylanesco às paisagens melodramáticas de grandes crooners da torch song como Cida Moreira, Cauby Peixoto e Rufus Wainright, impondo-o como um dos cantores de frente da nossa música pop contemporânea.

O álbum foi registrado no esquema ao vivo em somente três dias no Estúdio Inca, em Cuiabá. Juntou-se ao quinteto a violinista e arranjadora Fernanda Kostchak, responsável por colorir o som do grupo com atmosfera ora clássica ora cigana. O rock rural brasileiro, tradicionalmente escapista, antiurbano e ingênuo, foi reinventado com romantismo sujo na cidade, e por uma banda matogrossense: a novidade não é pequena. Felizmente, apesar de todos os desenganos, salva-se um álbum conceitual corajoso ao enfrentar dissabores com coração limpo e suave. No faroeste amoroso do Vanguart, os letreiros The End fazem legenda ao herói que vai embora a galope, sangrando, mas ainda vivo – depressa, depressa e devagar.

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