3 de junho de 2011

Cinema em Rede - uma nova forma de captação de recursos


Assim como as infinitas plataformas de compras coletivas que surgiram no Brasil no último ano, o “crowdfunding” ou o “financiamento coletivo” - para quem ainda não está familiarizado com o termo – é mais uma novidade que tende a virar uma febre virtual no país.

As empresas que estão desenvolvendo sites inspirados no “crowdfunding” fazem da internet o seu palco principal. Mesmo ainda não sabendo, ao certo, qual impacto essas novas plataformas terão aqui, uma sentença é certa: esse novo modelo de financiamento colaborativo vai, de fato, modificar a forma tradicional com que hoje captamos recursos para grande parte da nossa produção cultural.

Apostando na força transformadora dessas novas plataformas, a Zapata Filmes lançou no final do mês de Abril, o movimento Cinema em Rede, que pretende ser uma alternativa de captação de recursos para projetos audiovisuais. O movimento incentiva as pessoas, seja física seja jurídica, a colaborar, financeiramente ou através da prestação de serviços, com projetos criativos de realizadores audiovisuais autônomos ou ligados a produtoras que, muitas vezes, não tem como financiar seus próprios filmes e que realmente querem fazer cinema e mostrar o seu trabalho.

A ideia é integrar realizadores audiovisuais independentes que trabalham com seus próprios recursos para que entre eles, e com a ajuda das redes sociais, se possa criar uma nova forma de financiamento cinematográfico, inicialmente no Brasil e que se espera expandir-se para a América Latina.

Com apoio da Catarse, a primeira plataforma de financiamento colaborativo para projetos criativos do Brasil, Juan Zapata, idealizador do Cinema em Rede, expôs na plataforma o projeto do seu filme “Simone”, que é também o seu primeiro longa-metragem de ficção. A partir de então, Zapata firmou a meta de captação em 30 mil reais para o período de 40 dias.

A ideia central do Cinema em Rede é inédita, pois incentiva o financiamento colaborativo somente de projetos audiovisuais, seja para televisão, cinema e internet.

O Cinema em Rede já conta com uma ampla rede de parceiros estratégicos, incluindo produtoras e empresas que atuam para além do mercado audiovisual, como a espanhola BackStory, Oxalá Cultura e Audiovisual, Fly Audioprodutora, Brazucah produtora cultural, Infoco Filmes, Eframe, Kiko Ferraz Studios, Mirage Interccoifure e Orquestra Gráfica e Editora.

A resposta à ideia do movimento foi bastante positiva. Dentro de poucos dias de seu lançamento, já contava com 18 investidores do filme “Simone” e 4 produtores associados, cujos investimentos representam 35% do orçamento total.

A criação do movimento acompanha o crescente desenvolvimento de ferramentas de negócio, voltadas ao empreendedorismo e à aceleração de projetos, que estão surgindo para suprir a carência encontrada nos mercados culturais. Para o Brasil, isso é de longe um salto de vantagem, pois pode vir a quebrar o ciclo de grandes patrocinadores que ditam o que deve ou não ser produzido - seja no cinema, teatro e shows – e também agilizar a captação de recursos, fazendo com que a produção cultural não fique a mercê dos diretores de marketing das empresas, e sim submetida à vontade do público, o grande incentivador dessas ideias.

O crowdfunding já vem dando bons resultados em outros países há alguns anos. Aqui no Brasil, apesar do processo ser recente, já há cases de sucesso. O projeto “Simone”, de Juan Zapata, já captou 14% do montante de 30 mil reais e está viabilizando o restante do valor através da prestação de serviços.

Sobre o filme “Simone”

A partir dessa sexta-feira, 3 de junho, Juan Zapata vai iniciar as gravações do seu longa- metragem “Simone”. As filmagens se estenderão por 3 semanas e terá uma série de subprodutos multiplataformas para acompanhar seu processo de produção: uma série para internet, um documentário sobre o processo de produção do filme produzido pela empresa espanhola Backstory, um livro, um diário sobre os bastidores do filme e um diário da
personagem principal.

Simone é um longa-metragem que mescla elementos documentais e de ficção. Está baseado na história real de sua protagonista, a brasileira Simone Telecchi, quem depois de anos de relações afetivas com mulheres resolve tentar a heterosexualidade. “O filme transcende o universo sexual para contar uma história sobre liberdade e a busca da felicidade”, afirma o diretor Juan Zapata.

Subprodutos

O documentário sobre o processo de produção de Simone será dirigido pelo catalão Eduardo Antoja e produzido pela empresa espanhola BackStory, marca de produção própria de Mc Guffin Estudio Audiovisual, S.L. com sede em Barcelona. O livro será editado pela empresa Orquestra Gráfica e Editora e vai mostrar como se produz filmes com baixo orçamento, tendo como exemplo “Simone”. Da mesma forma, o diário de produção do filme já está no ar (Diário de Simone) assim como da personagem principal (O olhar de Simone).

A estreia do longa-metragem está prevista para o primeiro semestre de 2012. Seu lançamento na Colômbia está garantido, assim como um circuito de exibição comercial em 5 países, onde também se pode ver os trabalhos documentais de Juan Zapata como “Ato de Vida (2010) e A Dança da Vida (2008).

Para saber mais sobre o Cinema em Rede e sobre “Simone”, a primeira obra cinematográfica do movimento.

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