TROTE
DE JOÃO FÁBIO CABRAL
Espetáculo inédito, de autoria e direção de João Fábio Cabral, leva o espectador, de forma dinâmica e surpreendente, a compreender e se alertar sobre os mais diversos golpes, charlatanismo, extorsões e toda espécie de abuso praticado atualmente.
Estreia dia 9 de julho no
INSTITUTO CULTURAL CAPOBIANCO – Teatro da Memória
Com a estreia de TROTE, João Fábio Cabral chega à impressionante marca de 17 textos montados em 8 anos. Para comemorar esse feito, o dramaturgo escolheu uma comédia depois de ME LEVA PRA CASA, ROSA DE VIDRO, TANTO E AGUARDO NOTÍCIAS DA POLÔNIA. João Fábio Cabral que também assina a direção de TROTE, busca dialogar mais com o espectador através da comédia, busca no riso uma forma onde possa alertar, apontar e discutir o pensamento do espectador.
“TROTE” conta a história de dois jovens que decidem largar a faculdade para dar golpes. Os dois delinqüentes se aproveitam da ingenuidade das pessoas e da Cultura do Medo implantada nas grandes cidades para colocar em prática métodos como Boa Noite Cinderela e telefonemas de ameaça de seqüestros e tortura. Em um flat alugado na região decadente da cidade o novo golpe é minuciosamente planejado. Os dois se vestem de mulher e esperam ansiosos pela chegada da nova vítima, mas o imprevisto está para acontecer e desencadear uma grande surpresa nos planos dos golpistas.
Os novos atores Riccelli Ricci (Luky) e Raphael Macedo (Miro) dividem o palco com Daniel Marx (Alfredo). Nesse jogo de gato e rato, aonde o espectador irá se confundir entre quem é vítima e quem é algoz, os atores jogam os dados das personagens em uma partida perigosa, engraçada e sem limites.
TROTE
Ambientada numa grande cidade, o enredo fala de ética, honestidade, ingenuidade, justiça, corrupção, levar vantagem, falsidade ideológica, entre outros. Esses temas são recorrentes na vida de qualquer pessoa. Não há como fugir da forma como fomos orientados, seja pela cultura ou pela educação? O autor trafega pela constante idéia do que vale a pena fazer pra sobreviver ou realizar os sonhos de cada um de nós. Como entender e lutar contra esse tipo de crime, como cada cidadão reagiria a uma situação dessas, até que ponto os princípios de uma pessoa consegue resistir a essa marginalização e a essa alegórica vida fácil? Princípios educativos, religiosos e políticos, de que maneira são sustentados, como eles permanecem intactos, ilesos ao mundo capitalista e competitivo do mundo atual? O que se pode comprar com dinheiro? Um documento falso, uma fantasia de que ser bem sucedido vale mais que qualquer outra coisa? Mais uma vez, o dramaturgo busca através de uma história aparentemente simples, tocar surpreendentemente numa coisa séria, e com o viés da comédia uma situação em que podemos nos deparar a qualquer momento.
Na sala de um flat, os personagens vão se revelando e mostrando o que é viver numa cidade onde o estranho pode ser alguém pronto para te dar um golpe. Com humor cortante e muitas vezes não realista, as personagens vivem uma ironia em torno de suas obsessões, medos e sonhos. Luky é a personagem que adotou como técnica se passar por mulher, e busca sempre vítimas na internet. Ela acredita que esse suposto plano de jogo é o mais tranqüilo, prático e fácil para pegar suas supostas presas. Miro, é um rapaz com sérios problemas de identidade. Parece psicologicamente mais frágil, mas vai se revelando um indivíduo frio, calculista e de rompantes agressivos. Essa personagem sonha em ficar famoso e ser reconhecido, e almeja chegar a essa meta através de uma marca implantada na hora da execução dos seus delitos, obrigando todas as vítimas a levarem sempre a mesma coisa em cada mão, outra coisa: vítima é o nome que ele não gosta que o amigo se refira aos cidadãos lesados por eles, prefere que as chamem de “cliente” e acha que seu “trabalho” é como outro qualquer. Miro adota a técnica do telefonema sempre com voz feminina e se passando por representante de uma empresa qualquer, o golpista se aproveita da boa fé das pessoas para descobrir informações sobre a família, documentos, endereço. Momentos depois ele liga com voz de homem e revela de maneira assustadora o delito em questão, com uma ameaça, fala de seqüestro, tortura com alguém da família da mesma, nesse caso, filhos das vítimas. De maneira delirante, as personagens seguem num jogo cheio de farsa, onde a verdade não tem espaço. Mesmo com essa simples pretensão cômica, o espetáculo busca de maneira simples e muito divertida, um debate de tanta desonestidade sem culpa nos dias de hoje, busca entender o que se passa no universo desses golpistas. A vítima nada mais é que um produto que eles acreditam ser apenas sua fonte de renda, independente do resultado que um golpe possa causar na vida de uma pessoa. Para eles o mais importante é a realização do ato, de como eles podem conseguir mais dinheiro sem ter que de fato entrar num cotidiano de trabalho honesto, de batalhar pelo tão sonhado lugar ao sol de maneira digna.
Não deixa de ser também, dentro do enredo, uma eloqüente metáfora da cegueira parcial tanto do indivíduo honesto que ingenuamente acredita que todos são como ele, como dos delinquentes que acreditam que essa é a maneira ideal de se levar a vida. Não existe respeito, responsabilidade com o cidadão honesto, o que vale é outro tipo de conceito, uma visão particular em como lidar com o mundo, introduzindo aí um elemento da crueldade psicológica e física, esses vigaristas não tem sentimento de culpa ou piedade, apenas mais um divertimento lucrativo e desumano. São indivíduos que não pensam nas desastrosas conseqüências que atos criminosos podem causar ao cidadão, seja ele de que idade for.
O ELENCO
Raphael Macedo
Riccelli Riccii
Daniel Marx
“TROTE”
Gênero: Comédia
Texto e Direção: João Fábio Cabral
Estreia: 9 de julho de 2011
Dias: Sábados e Domingos
Horários: Sábado às 21 h e Domingo às 19 h
Ingressos: R$ 30,00
Duração: 75 minutos
Censura: 14 anos
Local: INSTITUTO CULTURAL CAPOBIANCO
Rua Álvaro de Carvalho, 97/103 - Centro – São Paulo - SP
Telefones: (11) 3255-8065 ou 3237-1187
FICHA TÉCNICA
Texto e Direção: João Fábio Cabral
Elenco: Raphael Macedo, Riccelli Ricci e Daniel Marx
Cenografia: Rogério Harmitt
Figurino: Rogério Harmitt
Iluminação: Ricardo Silva
Assistente de Direção: Judson Cabral
Projeto Gráfico: Bryan Gouveia
Trilha Sonora: Fernanda Galetti
Assessoria de Imprensa: Flavia Fusco
Direção de Produção: João Fábio Cabral
Produção Executiva: Camila Marujo
Realização: Ricelli Ricci e Raphael Macedo
JOÃO FÁBIO CABRAL nasceu em Ipanguaçu - RN, em 1973, radicado em São Paulo, onde morou 18 anos, há 3 meses mora em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, onde ensaia a peça Trote no auditório da FUNDART, é considerado um dos principais nomes da nova dramaturgia nacional. Diretor e também ator, acabou de filmar como ator o novo filme do Wagner Moura, (A CADEIRA DO PAI) do diretor Luciano Moura. Já escreveu mais de 50 peças teatrais adultas, 7 adolescentes, dois roteiros cinematográficos, é idealizador e realizador do projeto LEITURA DE BOTECO, ganhou dois prêmios de melhor roteiro com o CURTA METRAGEM “DARLUZ“, adaptado da obra de Marcelino Freire e direção de Leandro Goddinho, filme contemplado com mais de 35 prêmios em diversos países. Acaba de criar AMESMA CIA DE TEATRO com Judson Cabral, um grupo de pesquisa onde ensaia sua segunda peça escrita VENHA NO MEU BARCO QUE A ESTRADA NÃO TEM ASFALTO (1999 - inédita) (estréia prevista para o inicio de 2012). Busca recursos pra editar 5 livros de 10 peças cada um, aguarda o projeto da mostra com sua dramaturgia ser aprovado e captado (Serão 10 peças inéditas, com 10 diretores diferentes do país), dirigiu os espetáculos TANTO, AGUARDO NOTÍCIAS DA POLÔNIA, DA MARGINAL PRA RUA AUGUSTA, NA VOZ DA ATRIZ AQUELA CANÇÃO, trabalhou com Elias Andreato, Bete Dorgam, Ewerton de Castro, trabalho com Carlos Mamberti, Mario Bortolotto, Lavínia Pannuzio, Ester Laccava, Marcos Loureiro, Xuxa Lopes, Hélio Cícero, Rosaly Papadopol, Ariela Goldmann, Jairo Matos, Fernanda Dumbra, Eduardo Estrela, Gustavo Haddad, entre outros.
Textos encenados:
Da Marginal Pra Rua Augusta (2010) O Tempo Não Para Minha Flor (2010), Me Leva Pra Casa (2009), Tanto (2009), Karina e A Comida do Brasil (2009) Aguardo Notícias da Polônia (2009), Um lugar Que Nunca Tive (2008) Flores Brancas (2008), Bem de Longe um Bolero (2008), Sobre a Neve em Frente à Torre Eiffel (2008) Rosa de Vidro (2007) Distante (2007), Delicadeza (2007), Um Refrão Para Desconhecidos e Íntimos (2006), Um Inesquecível Presente de Quinze Andares (2005), Em Nome das Coisas Boas (2003),
RAPHAEL MACEDO
Paulista, 21 anos, é ator. Estuda interpretação para teatro, além de técnicas de televisão e cinema desde 2006. Entre os espetáculos em que atuou destacam-se Quem Sou Eu? e Ator a dor ator amor, ambas com direção de Daniel Marx,Antes Que Seja Tarde e Diga que já me esqueceu da Cia. Eventual de Teatro com direção de Dan Rosseto.
RICCELLI RICCI
Riccelli Ricci começou sua carreira no ano de 2002, com oficinas de teatro ministrada por Donizete Mazonas, na oficina Sagarana, na companhia Ogawa Button. Trababalhou como apresentador do novo Tele Curso Mecânica da Globo e atuou ainda no monólogo identidade. Trabalhou com os diretores Jorge Fernando, Walter Stain, Dell Santhos, João Roberto Button e Donizete Mazonas, entre outros.
DANIEL MARX
Daniel Marx tem formação em artes cênicas, teledramaturgia, dublagem e curso de cinema. Escritor e roteirista, com mais de 50 peças de teatro de autoria própria, 8 roteiros de curta metragens e 1 seriado.Tem em seu currículo dois longas metragens: Carandiru, e O casamento de Romeu e Julieta, além de 4 curtas metragens, entre eles “Bolacha”, a “Vizinha” e “Fantasma e Glória”.No teatro atuou em mais de 15 espetáculos, entre elas “A beira da loucura, Médico a força, Felônios, Escola de Vilões. Dirigiu ainda dois curtas: Stress nos semáforos de São Paulo, e Sufocado.
Apoio Cultural:
Fundart - Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba / Camisaria Via Massari / Cabelo Brasil / Hotel 100 Miséria / Restaurante Celso's / Tempero Manero / Galeto's Restaurante
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