O samba do bloco Kolombolo na tarde deste último domingo (27) agitou a Vila Madalena e atraiu amantes do bom carnaval paulista. Nem mesmo a chuva que alagou diversos pontos da cidade desanimou os foliões que animadamente acompanhavam o trio elétrico e a bateria, todos vestidos com fantasias, abadas, máscaras, ou simplesmente com a “cara e a coragem”.
O bloco Kolombolo existe desde 2002 como um grêmio recreativo que tem a intenção de resgatar as raízes do samba paulista. A escola foi fundada por três amigos insatisfeitos com as agremiações que deixavam os sambistas em segundo plano. O enredo deste ano, “Aristocratas Clube e os Quilombos da Paulicéia”, trás de volta o cordão carnavalesco que foi extinto nos anos 60. A música é uma homenagem a um clube fundado em 1961 que queria colocar a negritude e seus valores na alta casta da sociedade. Grandes nomes da música brasileira freqüentavam este clube, como Milton Nascimento, Cartola, Zé Kéti, Wilson Simonal e muitos outros. Na tarde deste domingo o bloco também relembrou antigos sucessos do samba e marchinhas de carnaval, como “Mamãe eu Quero Mamar”, de Marcha De Jararaca E V. Paiva, e “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa.
O Kolombolo possui seus próprios abadas, samba enredo e diversos núcleos de preservação das raízes do samba que atuam durante todo o ano, como a ala dos compositores que se reúnem semanalmente, e a roda de samba mensal na qual são tocadas apenas sambas da velha guarda e marchinhas de carnaval. A Roda de Samba se reúne todo último domingo do mês na Rua Belmiro Braga, s/n - Praça do Samba, Vila Madalena. A entrada é gratuita.
Por: Gabriela Benicio e Ana Carolina Bernardes
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