A partir de 16 de outubro, o gaúcho radicado em São Paulo que, hoje, mora em Santa Catarina, Carlos Dias apresenta a exposição inédita ALEM na Choque Cultural. A galeria de Pinheiros, São Paulo, abre todas as salas para que o artista mostre sua catarse criativa até 20 de novembro.
Segundo Carlos Dias, a exposição ALEM reunirá grandes pinturas mescladas a instalações, como a que poderá ser vista no andar de cima da Choque Cultural, que ganhou o nome de DARKUARTO, mesmo nome que Dias dá ao seu ateliê. Trabalhos menores, fotos, desenhos e rascunhos estarão à mostra como aconteceu com a sua parede amarela na exposição De dentro para fora/ De fora para dentro, que recebeu cerca de 130 mil pessoas de novembro de 2009 a fevereiro de 2010 no MASP.
“Eu queria um nome curto, dual, que não se restrinja nem ao bem, nem ao mal! Escolhi ALEM por conta da busca, de querer saber quem somos, pra onde vamos... Ao pintar ou desenhar, acredito que é possível criar nosso próprio universo, que vai além de onde estamos”, conta o artista. Ele costuma observar o comportamento das pessoas nessa “busca” por meio do estudo da simbologia do tarô e da astrologia, além de pesquisar enciclopédias, revistas antigas (Pop, Planeta etc), patuás, alquimia, macumbas, amuletos, psicologia junguiana, e até locais de concentração e manifestação de fé. “Tudo isso me serve de inspiração”, conta.
Suas telas inéditas irão ocupar as demais áreas da Choque Cultural e representam sua fase atual, depois da mudança para Florianópolis. Dias conta que o “tempo” local o ajudou a deixar de ser tão visceral e o aproximou de momentos mais calmos focados no aprendizado contínuo. Por outro lado, sua movimentação entre São Paulo e outras cidades do país promove a medida certa da inquietação e compulsão para seus desenhos.
A exposição contará com um vídeo que vai permitir ao público conhecer um pouco mais da personalidade de Carlos Dias. Ele também anuncia: “pela primeira vez, vou juntar o meu alterego musical a uma exposição. Mostrarei um disco de 64 minutos, com três sequências musicais, do Albertinho dos Reis!”, arremata. Uma trilha também será editada para ambientar ALEM. “Acredito que esse é um momento novo na minha carreira em que consegui reunir artes plásticas, vídeo e música em uma exposição”, detalha.
Carlos Dias, também conhecido como ASA (Ao Seu Alcance) busca algumas referências no trabalho do Grupo COBRA, Jean Michel Basquiat, Karel Appel, Hieronymus Bosch, Leonardo da Vinci, Pablo Picasso e Salvador Dalí, mas apresenta uma obra muito expressiva, instintiva e característica. Dias também aponta a influência das imagens do livro Hieroglyphika de Horapollo (a primeira chave para a decifração da escrita hieroglífica egípcia), que também inspirou Bosch. “Meu trabalho é uma somatória de técnicas e coisas que passo e, hoje, tenho me dedicado bastante à pintura; quase uma manifestação inconsciente. Os lugares por onde circulo, as pessoas que conheço e as coisas que aprendo sempre estarão presentes, mesmo que de uma forma subjetiva, nas minhas obras”, detalha Dias. O contato com artistas, como Carla Barth e Luciano Scherer também colabora no processo criativo do artista, que usa muita tinta acrílica, canetão e até spray.
O artista nasceu em Porto Alegre, em 1974, e morou muitos anos em São Paulo, onde participou ativamente de manifestações culturais juvenis nos anos oitenta e noventa: skate, punk, hardcore, graffiti, street art etc. Carlos construiu um mundo psicodélico, pop e expressionista, povoado por personagens surreais em cenários caóticos, que o levou a participar de diversas exposições, incluindo uma coletiva em Los Angeles, chamada São Paulo, além de sua última individual no Acervo da Choque no fim de 2010.
Carlos é um artista multimídia, que pesquisa suportes incomuns e o desenvolvimento das ferramentas para lidar com eles. Sua principal linguagem é a pintura em proposta estética suja, contemporânea, pop, energética e barulhenta, que impacta pelos sentidos e não pelo intelecto. No seu trabalho, a instalação também é destaque. Sua gráfica é marcante e fortemente ligada à pintura gestual.
Rabiscos, escorridos e manchas são elementos recorrentes nas suas pinturas, onde vez ou outra surge uma frase ou palavra escrita numa tipografia própria. A cor também é elemento essencial e surge associada à exploração de materiais inusitados, como o flúor, a purpurina ou a tinta metalizada. Os suportes podem variar muito, das telas aos painéis de madeira, passando por qualquer objeto encontrado e que possa ser pintado.
É uma expressividade barulhenta, que dialoga abertamente com a música do Againe, Polara, Caxabaxa e outras bandas formadas pelo artista ao logo das últimas décadas. Carlos é músico, compositor, performer e autor de alguns sucessos gravados por bandas pop, como CPM 22 ou Cansei de Ser Sexy.
ALEM por Carlos Dias @ Choque Cultural
Abertura: 16 de outubro, das 16h às 20h
De 16 de outubro a 20 de novembro
Rua João Moura, 997, Pinheiros, São Paulo
Telefone: (11) 3061-2365
www.choquecultural.com.br
galeria@choquecultural.com.br
Terça-feira a sábado, das 12h às 19h
Grátis
Livre
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