Uma das precursoras do grunge, a banda americana Mudhoney tocou nessa sexta-feira em uma fria São Paulo, para poucas centenas de pessoas. Dois anos após sua última apresentação no país, na mesma Clash Club, o repertório ainda é baseado no mesmo The Lucky Ones, último trabalho dos veteranos de Seattle.
Pontualmente às 22h, Mark Arm cumprimentou a plateia e abriu a apresentação com The Money Will Roll Right In, cover da banda Fang. O que se viu na hora e quinze minutos seguintes foi uma sucessão de guitarras sujas, com baixo e bateria marcantes e a voz inconfundível de Arm.
Depois de mais de vinte anos do lançamento do seu primeiro álbum, o estilo da banda permanece inalterado, com a mesma energia que contaminou o mundo no fim da década de 80. O público acompanhou o tempo todo, cantando clássicos como Suck You Dry, Hate the Police, In 'N' Out Of Grace e a mais famosa de todas as músicas do Mudhoney, Touch Me I’m Sick.
No entanto, apesar de o som continuar com a mesma fórmula suja, rápida e honesta de duas décadas atrás, há uma sensível renovação na banda. O público. Pelo menos metade dos presentes não chegava aos 30 anos, ou seja, eram crianças quando o grunge estourou. Uma forma que só o rock tem de se auto-renovar, com músicas passando de geração para geração sem se desatualizar e conseguindo conquistar novas audiências.
Por fim, mesmo com tão pouco tempo de show e com a falta de uma ou outra música, como Into The Drink, o que se via nas pessoas que saíam do show era uma expressão de satisfação com o belo espetáculo proporcionado. Um espetáculo grunge, do início ao fim.
Para quem perdeu, ou quer um merecido repeteco, o Mudhoney tocará neste sábado, às 23h59, gratuitamente em Mogi das Cruzes e às 17h de domingo em São José do Rio Preto. Os shows fazem parte da Virada Paulista.
Texto e foto: Edmur Hashitani
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