Organizada pelo Museo de Arte de Lima, mostra itinerante Gordon Matta-Clark: desfazer o espaço tem abertura no dia 11 de fevereiro, a partir das 20h
Às 18h do mesmo dia, será realiza mesa-redonda com a presença das curadoras, Tatiana Cuevas e Gabriela Rangel, e da viúva do artista, Jane Crawford
Depois da estréia no Museo Nacional de Bellas Artes do Chile, é a vez do Museu de Arte Moderna de São Paulo receber Gordon Matta-Clark: desfazer o espaço, primeira retrospectiva abrangente do artista provocativo e irreverente a excursionar pela América do Sul. A abertura no MAM-SP será realizada no dia 11 de fevereiro (quinta-feira), a partir das 20h,e fica em cartaz até 4 de abril. Organizada pelo Museo de Arte de Lima em colaboração com o Espólio de Gordon Matta-Clark e o apoio da David Zwirner Gallery, em Nova York, a mostra abrange aspectos da obra e da vida do filho do artista surrealista Roberto Matta, ainda pouco conhecido do grande público neste continente.
A exposição tem patrocínio de Bradesco, Itaú, Fundação Telefônica, Gerdau e Santander; e apoio do Ministério da Cultura.
Um pouco antes da abertura, às 18h do dia 11 de fevereiro, será realizada uma mesa-redonda com a presença das curadoras, Tatiana Cuevas e Gabriela Rangel; da viúva do artista, Jane Crawford; da crítica e curadora Lisette Lagnado; e da bailarina Carmen Beuchat, amiga próxima do casal Matta-Clark. O tema é o caráter coletivo da obra de Gordon Matta-Clark. A partir de seu trabalho, é possível pensar numa ética urbana que considera espaços vazios ou abandonados como um caminho na busca pela liberdade?
A curadoria de Tatiana Cuevas (curadora de arte contemporânea do Museo de Arte de Lima) e de Gabriela Rangel (diretora de artes visuais e curadora da Americas Society em Nova York) busca apresentar Gordon Matta-Clark (Nova York, 1943-1978) como a figura radical que trabalhou procedimentos da arte experimental que surgiram em Nova York entre os anos 70 e 80.
A mostra enfoca as várias faces da abordagem de Matta-Clark com relação ao fazer artístico e seu interesse na história da arquitetura e em espaços urbanos abandonados. Paralelamente à documentação em foto e vídeo de seus “cortes” antológicos em edifícios –como A W-Hole House (1973), Splitting (1974), Bingo (1974), Day’s End (1975), Conical Intersect (1978), Office Baroque (1977), e Circus (1978)-, a exposição reavalia algumas das ações de cunho político e social –como Garbage Wall (1970), a Counter-Biennial (1971), Fresh Air (1972), Fake Estates (1973), o desenvolvimento do conceito e linguagem de “anarquitetura” (1972-1974), e sua performance no Muro de Berlim, The Wall (1976)– em um contexto mais amplo marcado pela Guerra Fria e pela transformação das cidades em mercados vorazes da especulação imobiliária.
Um dos destaques é o conjunto de fotografias que retratam a intervenção feita pelo artista diretamente na estrutura do Museo Nacional de Bellas Artes do Chile, exibido pela primeira vez ao público. Também figura na mostra uma seleção de cadernos de rascunho, de desenhos e de textos do artista, que vão desde propostas a potenciais patrocinadores para produzirem seus trabalhos a meditações filosóficas sobre espaço e tempo.
Gordon Matta Clark: desfazer o espaço investiga a resposta crítica do artista à falência da arquitetura moderna como esforço humanista e ao colapso das políticas habitacionais ao lado de sua preocupação em criar abrigos (residências auto-sustentáveis como paredes de lixo ou “garbage walls”, “basket houses”, casas-balão, entre outros) que ainda pudessem encontrar eco nas mudanças urbanas e nas demandas sociais de vários países da América do Sul.
O catálogo, editado pelo Museo de Arte de Lima em colaboração com o Museu de Arte Moderna de São Paulo e publicado em edição bilíngue português/inglês, inclui textos de Jane Crawford, Tatiana Cuevas, Lisette Lagnado, Justo Pastor Mellado, Gwendolyn Owens e Gabriela Rangel, como também uma seleção de escritos e entrevistas de Matta-Clark.
SERVIÇO
Exposição Gordon Matta-Clark: desfazer o espaço (Grande Sala)
Curadoria: Tatiana Cuevas e Gabriela Rangel
Abertura: 11 de fevereiro, a partir das 20h
Visitação: 12 de fevereiro a 4 de abril de 2010
Endereço: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3)
tel (11) 5085-1300
Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Ingresso: R$ 5,50
Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo o dia
Estacionamento no local (Zona Azul: R$ 3 por 2h)
Acesso para deficientes
Restaurante/café
Ar condicionado
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