O dia em que São Paulo parou

Com estréia marcada para 2 de outubro, mais novo filme de Sérgio Rezende aborda crise de segurança em São Paulo e os ataques do PCC.

Por Vanessa Monteiro

Os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo, com início em 12 de maio de 2006, estão marcados na memória do paulistano como dias de terror e violência. Universidades despacharam seus alunos mais cedo para casa, lojas e departamentos foram incendiados no Dia das Mães e pontos borbulhantes de São Paulo, como a Avenida Paulista; apresentaram-se morbidamente vazios.

Este cenário serve como pano de fundo para a história contada por Sérgio Rezende em “Salve Geral”. A viúva Lúcia (Andréa Beltrão) é uma professora de piano desempregada que na tentativa de libertar seu filho adolescente da prisão, começa a praticar atos ilegais ao lado de Ruiva (Denise Weinberg), uma das principais articuladoras das ações da facção.

Sérgio Rezende possui uma característica interessante em sua história: a construção das personagens femininas e como suas personalidades e ações são determinantes para a evolução do roteiro. Andréa Beltrão, extremamente convincente no papel de Lúcia, interpreta uma mulher em crise que mesmo a ponto de fraquejar, subverte seus valores e crenças em troca do amor e da liberdade de seu filho.

Denise Weinberg interpreta Ruiva, figura marcante no roteiro de Sérgio Rezende e Patrícia Andrade, e sua personagem é o elo entre o pano de fundo do roteiro e o drama vivido por Lúcia. Sérgio Rezende conseguiu humanizar a personagem de maneira primorosa e a interpretação de Denise Weinberg é de certa forma cativante, quase chegamos a acreditar nas convicções e valores de Ruiva.

Por fim, “Salve Geral” é um filme para o público que aprecia personagens marcantes, interpretações convincentes e cinema brasileiro de qualidade.

CONFIRA! 2 DE OUTUBRO NOS CINEMAS.